Paranapanema obtém crédito de US$ 125 milhões
16/11/06
Cristiane Perini Lucchesi
16/11/2006
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A Paranapanema acaba de captar US$ 125 milhões pelo prazo de cinco anos em um pré-pagamento à exportação, em operação liderada pelo Banco Standard de Investimentos. Os recursos serão usados para capital de giro e para sustentar o crescimento do faturamento da empresa no Brasil e no exterior.
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A operação era inicialmente prevista em US$ 80 milhões, mas, devido ao excesso de demanda, chegou a US$ 125 milhões. Ao todo, participaram 11 bancos, entre locais e estrangeiros. A taxa de juros paga pela Paranapanema não foi revelada, nem o nome dos bancos participantes. “O mercado internacional continua muito líquido, com excesso de crédito em dólar dos bancos e o que falta é ativo de boa qualidade”, conta Victor Simão, diretor-executivo responsável pela área corporate e de banco de investimento do Banco Standard.
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No mercado de capitais externo, as empresas estão aproveitando a janela de oportunidade desta semana, antes do feriado americano de “Thanksgiving”, que deve reduzir os negócios na semana que vem. “Mas, logo após o Thanksgiving, a demanda pelos títulos brasileiros deve voltar com o mesmo vigor”, acredita Nuno Câmara, economista sênior para América Latina do Dresdner Kleinwort. Segundo ele, os fundos compram eurobônus do Brasil neste momento como uma forma de tentar se antecipar ao esperado rali de início de ano, em janeiro de 2007.
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Diante da forte demanda por eurobônus brasileiros, há rumores de que a Petrobras venha a reabrir operação de vencimento em dez anos, liderada pelo Morgan Stanley e pelo UBS, em mais US$ 500 milhões, segundo o “IFR Markets”. A Companhia Vale do Rio Doce divulgou a faixa de preço para sua operação de captação externa de US$ 2,5 bilhões que pode fechar hoje.
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A Vale se dispõe a pagar prêmio de 170 a 175 pontos básicos sobre os títulos do Tesouro americano por US$ 1,25 bilhão em papéis de vencimento em 10 anos e de 225 pontos básicos para o US$ 1,25 bilhão em títulos de vencimento em 30 anos, diz a “Reuters”. A operação é liderada pelo Credit Suisse, UBS, ABN AMRO e Santander.
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A Net informou que se dispõe a pagar rendimento de 9,375% ao ano pelos seus perpétuos com opção de resgate antecipado pelo emissor em três anos, em operação liderada pelo Deutsche Bank. A exportadora de soja Imcopa definiu em 10,5% a faixa de rendimento para seus bônus de vencimento em três anos, segundo o “IFR Markets”. A operação, liderada pelo ING, deve sair nesta semana.
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O Banco Schahin fechou na terça-feira operação de títulos de dívida subordinada, que entra como capital do balanço do banco, no total de US$ 50 milhões. Os papéis, de vencimento em dez anos, têm opção de resgate antecipado pelo emissor (“call”) a partir do quinto ano, quando o cupom (juro nominal) sobe, em uma chamada operação “step up”. O rendimento até a call ficou em 10% ao ano, com cupom (juro nominal) de 9,75% ao ano. Segundo o mercado, a demanda teria sido superior a US$ 100 milhões. O líder foi a Bulltick Capital Markets.
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Segundo Carlos Eduardo Schahin, diretor-executivo do Banco Schahin, após a captação, o índice de Basiléia – total de ativos em relação ao patrimônio – passa a 22%, com relação aos 16% de junho e os cerca de 18% em setembro. Compraram os papéis investidores de private banking (pessoas físicas ricas), fundos de hedge e gestores de recursos.
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O Banco Cruzeiro do Sul acaba de lançar uma operação no mercado externo de dívida subordinada, com a liderança do Dresdner. O Paraná Banco também está com US$ 25 milhões no mercado, sob a liderança da Queluz Securities.
Valor Econômico