Países estão restringindo e distorcendo comércio, diz OMC
02/07/09
NOVA YORK – Os governos de muitos países continuam a restringir o comércio como reação à desaceleração econômica mundial, disse nesta quarta-feira o diretor geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), Pascal Lamy.
“Nos últimos três meses houve novos deslizes em direção a políticas comerciais restritivas e distorcidas, mas de modo geral não está havendo a retomada de medidas protecionistas de elevado impacto”, disse Pascal Lamy, em um relatório para os membros da OMC, do qual a Reuters obteve uma cópia.
Os setores mais protegidos na recessão são os de laticínios, ferro, aço, automóveis, químico, plástico e têxtil. Alguns países impuseram restrições ao comércio em energia e serviços financeiros, destaca o relatório. O texto também cita limitação indevida de importações, especialmente de carne de porco, imposta depois da irrupção da gripe suína, popularmente conhecida como gripe suína.
Lamy descreveu a situação econômica global como “frágil” e disse que o intercâmbio de mercadorias no mundo deve cair provavelmente 10% em 2009, mais do que a estimativa anterior da OMC, que era de queda de 9%.
As mais afetadas são as economias em desenvolvimento, cujas exportações devem cair 14% este ano enquanto a previsão para as nações desenvolvidas é de declínio de cerca de 7%, de acordo com o relatório.
A maior queda de exportações até o momento foi no comércio de carros, peças para carros e maquinário, causando grande impacto em alguns países ricos, como a Alemanha. O relatório também cita a redução de exportação de produtos primários e intermediários de economias emergentes.
“Em abril, o valor das exportações de ferro e aço da China caiu 67% em relação ao mesmo mês do ano passado e suas vendas de;minério;e de metais não-ferrosos tiveram redução de 64%”, diz o relatório de Lamy.
“A situação é ruim para o crescimento do comércio,” constatou o relatório, embora deixe a porta aberta para uma rápida melhoria se a produção global se recuperar. “Há a possibilidade de que mesmo uma pequena retomada da demanda global venha associada com um aumento muito maior no comércio,” aponta o texto.
JB Online