País auto-suficiente em fertilizantes
29/09/08
Curitiba – O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, volta a afirmar que o Brasil será independente das importações de fertilizantes dentro de uma década. A estimativa é alicerçada por estudos realizados para exploração de novas jazidas de matéria-prima. A declaração foi dada na sexta-feira durante o lançamento do Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário (Coonagro) formado por 21 cooperativas parananenses para a compra de grande volume de fertilizantes para reduzir custos. No início de agosto, durante a solenidade de abertura oficial da colheita do milho safrinha no Paraná, em Alvorada do Sul (68 km ao norte de Londrina), Stephanes garantiu que o País se tornará auto-suficiente e exportador em adubos. De acordo com o ministro, dentro de cinco anos o País será auto-suficiente na produção de hidrogenados e fósforo e no máximo em 10 anos, de potássio. O Brasil ocupa o quarto lugar no consumo de fertilizantes, mas com participação de apenas 2% da produção mundial. Em 2007, as importações representaram 74% do suprimento nacional. A taxa de crescimento de consumo, na casa dos 7% ao ano, é a maior do mundo. Em média, outros países apresentaram 1%. Em discurso, Stephanes disse que o Brasil produz apenas 9% do potássio que consome, mas esse número pode subir para 20% com as novas explorações em Sergipe e Amazônia, caso consiga neste estado, reverter a venda dos direitos de extração feita pela Petrobras à canadense Falcon. “Descobrimos uma grande área de potássio que se alastra de Alagoas ao Espírito Santo. O governo federal irá investir em estudos para acelerar o processo de exploração“, afirmou. Quanto aos fósforo, o Brasil importa 49% da necessidade. O ministro anunciou que cinco jazidas já estão prontas e destinadas à mineração. A demanda por rocha fosfática no mundo tende a crescer em 2,4% ao ano até 2016 e na América Latina é de 4% para o mesmo intervalo. Na prática, a entrada de matérias-primas locais na produção nacional provocaria a queda de preço dos fertilizantes, diminuindo o custo da agricultura. Esses insumos tiveram alta acima de 100% nos últimos 12 meses e foram apontados como o principal vilão da crise dos alimentos. De acordo com Stephanes, O custo dos insumos tem a participação entre 20% a 50% no preço dos alimentos ao consumidor. A iniciativa da Ocepar com o Consórcio Nacional Cooperativo Agropecuário pode impactar em até 20% no valor pago pelas cooperativas no fertilizante. A estimativa é do presidente do consórcio, Frans Borg, que também preside a Castrolanda (cooperativa de leite em Castro, no Campos Gerais). “A longo prazo, os nossos produtos poderão baratear devido à economia com os insumos“, prevê Borg. A 21 cooperativas da Coonagro tem mais de 60 mil cooperados e geram 27 mil empregos diretos. Juntas devem faturar em 2008 cerca de R$ 10 bilhões .
Folha de Londrina
Autor: Cláudia Palaci
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