Os desafios das novas economias da Amazônia: biotecnologia
05/11/24
A biotecnologia desempenha um papel essencial no desenvolvimento sustentável da Amazônia, uma vez que tem o potencial de agregar valor à biodiversidade local, promovendo a gestão sustentável de recursos naturais e o desenvolvimento de novos produtos.
De acordo com a Renata Piazzon, diretora Geral do Instituto Arapyaú e uma das palestrantes da 2ª edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, que acontecerá entre os dias 6 e 8 de novembro, no Hangar Centro de Convenções, em Belém (PA), os principais desafios nessa jornada são a falta de infraestrutura adequada, como laboratórios e centros de pesquisa, o que limita o desenvolvimento de inovações biotecnológicas, e a escassez de financiamento público e privado para projetos nessa área.
A junção entre capital público e privado e o desenvolvimento de políticas de fomento à ciência, tecnologia e inovação (CT&I) na Amazônia são essenciais para reverter esse cenário.
Renata Piazzon, que participará de um painel no dia 7/11, às 14h, destaca que parcerias entre universidades, centros de pesquisa e empresas são fundamentais para impulsionar o setor. “É preciso fomentar parcerias entre universidades, centros de pesquisa e empresas para aumentar o investimento nessa área e impulsionar o setor com a criação de incubadoras de empresas de biotecnologia, por exemplo.”
O mercado global de biotecnologia, avaliado em US$1.023 bilhões em 2022, está projetado para alcançar US$10.129,16 bilhões até o ano de 2030, com uma taxa de crescimento anual de 29%, entre 2023 e 2023.
A palestrante também fala sobre como a integração de conhecimentos tradicionais com tecnologias modernas pode beneficiar a biotecnologia na Amazônia podem ser aliados de técnicas modernas de biotecnologia, como a bioprospecção, para identificar novos compostos bioativos e desenvolver produtos inovadores. ”A ciência dos povos da floresta também permite combinar práticas agrícolas tradicionais com tecnologia inovadora para criar variedades de culturas que sejam mais resilientes a pragas e condições climáticas adversas. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) tem desenvolvido variedades de mandioca resistentes a pragas, utilizando tanto a biotecnologia quanto práticas tradicionais de cultivo conhecidas por comunidades ribeirinhas, aumentando não só a produtividade, mas também a preservação da cultura local”, diz.
Sobre a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economia e a da COP30
Para Piazzon, a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias e a COP30 (conferência sobre mudanças climáticas da ONU que será realizada no Brasil em 2025) têm o papel crucial na definição da agenda de biotecnologia na Amazônia e na atração de investimentos para a região.
Ambas as conferências promovem o diálogo entre diferentes stakeholders, incluindo governos, ONGs, Academia e setor privado. Esse intercâmbio de ideias pode resultar em colaborações que incentivem a pesquisa e o desenvolvimento em biotecnologia.
“Os encontros também representam uma oportunidade de criação de políticas que integrem a conservação ambiental e o uso sustentável da biodiversidade, fundamentais para a biotecnologia.“
A II Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias tem a parceria do governo do Pará e é apresentada por Vale e tem como patrocinadores: BHP (categoria master); Hydro (categoria premium); Itaú e MRN (categoria Belém); Alcoa (categoria gestão de resíduos); FIEPA (categoria indústria). Os apoiadores institucionais são: CNI, CEBDS, Aberje, Uma Concertação para a Amazônia. Também figuram como apoiadores o Sesi e o Senai. A Latam é a companhia aérea oficial.
Serviço
Segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias
Data: 6 a 8/11/2024
Local: Belém (PA)
Inscrições gratuitas: https://www.amazoniaenovaseconomias.com.br/
Público-alvo: profissionais de setores vinculados às novas economias, gestores públicos, executivos de empresas, profissionais da sustentabilidade e de ESG, gestores e profissionais de organizações da sociedade civil, comunidades de povos ancestrais e originários, negócios de impacto, cooperativas e associações, acadêmicos, ambientalistas, imprensa, público em geral.