OGX faz captação recorde de R$ 6,7 bi
16/06/08
SÃO PAULO – A operação de oferta pública inicial de ações da empresa de petróleo e gás OGX, do empresário Eike Batista, encerrada na quinta-feira, captou R$ 6,7 bilhões – a maior da história da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Segundo Batista, que participou ontem da solenidade de estréia das ações da empresa na Bovespa, o valor é mais do que suficiente para a OGX cumprir os seus investimentos em prospecção e exploração de petróleo e gás natural. A movimentação da OGX na Bovespa impediu que o pregão de ontem fosse mais fraco, fechando o dia em baixa de 0,17%, aos 67.203,5 pontos.Batista, que preside o Grupo EBX, controlador da OGX, afirmou que os resultados dos estudos realizados até o momento nos blocos detidos pela subsidiária surpreenderam a companhia. «O trabalho que foi feito desde o dia em que ganhamos os blocos resultou, para nós mesmos, em uma surpresa, porque os volumes são muito maiores do que esperávamos», afirmou o executivo, sem revelar os volumes verificados.De acordo com Batista, a companhia irá perfurar 51 poços nos 22 blocos exploratórios detidos pela OGX, distribuídos entre as Bacias de Campos, Santos, Espírito Santo e Pará-Maranhão. «Existe óleo nessas áreas. O que precisamos fazer é definir as quantidades, o tipo de óleo e qual o modelo de produção. Nós sabemos, porque a sísmica moderna demonstra isso», garantiu.Batista revelou que a companhia está fechando parcerias com empresas estrangeiras para investir na construção de estaleiros no Brasil. «Três locais estão sendo observados. Devemos escolher dois», disse o executivo, sem entrar em detalhes sobre as localidades.As parceiras no investimento são a norte-americana Dynamics e a petrolífera dinamarquesa Maersk que, segundo o executivo, é dona do maior estaleiro da Europa. «Estamos finalizando essas associações», comentou Batista.O ingresso no mercado de construção de estaleiros culminará na criação de uma nova empresa dentro do grupo EBX, que hoje possui a MMX, na área de mineração; a OGX, de petróleo e gás; MPX, na área de energia elétrica; e LLX, no segmento de logística.O executivo revelou que um dos objetivos desse novo investimento é a criação de sinergias com as operações da OGX. «Hoje, há uma exigência de que 60% dos equipamentos sejam de conteúdo nacional. Como política industrial, isso é fantástico. Vamos voltar a construir navios, barcos-rebocadores», projetou o executivo. «É um mercado para todo mundo», acrescentou.Embora os papéis da OGX tenham disparado, eles não integram o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) e, por isso, não influenciam o fechamento. Estas ações encerraram em alta de 8,31%, a R$ 1.225,00. O papel saiuno topo da faixa de preço sugerido, a R$ 1.131. Segundo fontes, a demanda pelos papéis superou 10 vezes a oferta, e a maior parte dos títulos foi comprada por investidores estrangeiros.Na semana, a Bovespa acumulou perdas de 3,70%, no mês, de 7,42% e, no ano, alta de 5,19%. O volume financeiro de R$ 7,026 bilhões (preliminar) registrado ontem foi inflado pela OGX, que respondeu, sozinha, por R$ 2,537 bilhões deste total. Em Wall Street, o Dow Jones subiu 1,37%, aos 12.307,4 pontos, o S&P avançou 1,50% e o Nasdaq, 2,09%, ajudados pelo núcleo do índice de inflação ao consumidor alinhado com as projeções. Juntamente com a queda do petróleo, o indicador deu trégua às preocupações de estagflação (recessão com inflação) que permearam os negócios ao longo desta semana.
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