NSK amplia serviços para garantir expansão no Brasil
16/07/07
São Paulo – A operação local representa hoje 3% dos US$ 6 bilhões faturados pelo grupo mundialmente. Faltam 10 anos para a fabricante japonesa de rolamentos NSK se tornar centenária, mas a empresa já planeja o que quer ser quando completar o primeiro século de existência. No Brasil – que hoje responde por cerca de 3% do faturamento mundial (de US$ 6 bilhões no ano encerrado em abril) – a empresa aposta no segmento de serviços para crescer e ampliar sua participação em 5 pontos percentuais, para 30% do mercado nacional de reposição industrial. Segundo os cálculos da subsidiária brasileira, a meta exigirá um crescimento de 10% ao ano no segmento até 2016 e possibilitará dobrar o faturamento na divisão. “Estávamos estagnados, apenas acompanhando o crescimento vegetativo”, afirmou o gerente de vendas da unidade aftermarket da empresa, Oswaldo Almeida Filho. Para alcançar o objetivo, a NSK está investindo cerca de R$ 500 mil na criação e desenvolvimento de um novo departamento, focado em serviços, que oferecerá manutenção preditiva, isto é, análise da saúde das máquinas, a partir da verificação de itens como vibração, desgaste, óleo e contaminantes. “Queremos evitar a quebra imprevista dos equipamentos e ampliar a vida útil dos rolamentos”, disse, citando uma pesquisa norte-americana que indica que apenas 5% dos rolamentos atingem a vida útil prevista. Com a mudança na estrutura corporativa, a NSK, além do fornecimento dos equipamentos e da assistência e suporte técnico, passará a oferecer um pacote de serviços, com a promessa de retorno do investimento em produtividade das máquinas. O primeiro contrato já foi fechado, mas a empresa não divulga o nome do cliente. Outros três contratos estão em fase adiantada de negociações. “São empresas com as quais já tínhamos um relacionamento de confiança e onde parceiras nossas já ofereciam serviços para eliminar problemas pontuais, como gargalos em determinados pontos da produção.” Foco na petroquímica Atualmente, um dos principais setores em que a NSK atua é o de mineração e siderurgia, em que possui 35% do mercado de reposição industrial. Dois dos quatro contratos que estão sendo fechados são justamente nesta área. Juntamente com os outros dois contratos, ambos no segmento de bens de consumo, respondem por menos da metade do crescimento esperado para este ano. Por isso, o foco da empresa é incrementar sua atuação no setor petroquímico, em que a empresa possui menos de 10% de participação. “Especialmente as áreas de extração e refino e de química para a indústria automobilística estão em forte crescimento. Como atuam em ambiente agressivo, com muitos contaminantes (como a água do mar) a vida útil dos rolamentos é bastante abaixo do ideal.” Nos últimos dois anos, a empresa desenvolveu um trabalho junto à indústria de celulose e papel, com ações em conjunto com entidades técnicas do setor para promover capacitação e reforçar a marca junto aos potenciais clientes. Além da reposição industrial, a NSK também atua na primeira montagem de equipamentos – original equipment manufacturing (OEM). Cada uma responde por cerca de 50% do faturamento total no País, não divulgado. Globalmente a área de OEM responde por até 70% do faturamento. A NSK também possui no País uma fábrica em Suzano (SP) que produz cerca de 50 milhões de rolamentos/ano de até 180 milímetros. Rolamentos de maior diâmetro (até 2,5 metros) são produzidos na fábrica do Japão e usados na área de mineração. As vendas ao País já respondem por cerca de 10% da produção japonesa de grandes rolamentos.
Gazeta Mercantil