Nacionalização na Bolívia afeta empresas brasileiras, diz instituto
19/10/06
São Paulo, 17 de outubro de 2006 – A nacionalização do setor de mineração na Bolívia, que o presidente daquele país, Evo Morales, prometeu realizar até 31 de outubro, afeta companhias brasileiras. A análise é de Paulo Camillo Penna, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que congrega 158 empresas e entidades do ramo.
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Ele afirma que a proposta de Morales de estender a todos os minérios as medidas já tomadas em relação ao petróleo e ao gás “traz profunda preocupação ao setor”. Segundo Penna, existem hoje empresas brasileiras atuando na atividade de mineração na Bolívia que “vão sentir a medida”.
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O Ibram não tem a relação dessas companhias nem dados consolidados sobre seus investimentos naquele país, o que impossibilita uma estimativa mais precisa das perdas. Além das empresas que exploram diretamente a atividade de mineração, também seriam afetadas as companhias brasileiras que fornecem máquinas e equipamentos para o setor.
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Na análise de Penna, o Estado boliviano não tem condições de manter o mesmo nível de investimento das empresas privadas, o que reduziria o ritmo de exploração de minérios.
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O Ministério de Minas e Energia do Brasil afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o País não será afetado pelas medidas de Morales e ressaltou que nenhuma estatal do setor atua na Bolívia.
Sílvio Crespo / Agência Leia