??Combate às mudanças climáticas e união da indústria mineral latino-americana na transição energética mundial foram os grandes compromissos no encerramento do ELAMI 2022
11/04/22
O evento que reuniu os principais players do setor mineral latino-americano reconheceu pontos em comum para o futuro, que passa pela transformação energética e pela consolidação da unidade do setor
O segundo Encontro Latino-Americano de Mineração (ELAMI), realizado de 6 a 8 de abril, encerrou na sexta-feira (8) com uma declaração conjunta que pede a promoção de uma indústria “cada vez mais unida e coesa”. Esta união é importante diante os desafios e demanda por minerais devido a da transição energética global.
Por meio de um documento assinado pelas principais associações e câmaras de mineradoras latino-americana, os participantes do ELAMI reafirmaram unanimemente seu compromisso com as contribuições da mineração para a transição energética.
Segundo Juan Camilo Nariño, presidente da Associação Colombiana de Mineração, entidade que liderou o encontro, a indústria deve buscar “formas de gerar conversas ambientais muito mais sinceras e contribuir conjuntamente com os setores privado e público para os compromissos que temos com as mudanças climáticas e preservação do meio ambiente”.
Por sua vez, María Eulalia Silva, presidente executiva da Câmara de Mineração Equatoriana, concordou: “Na América Latina, estamos comprometidos com o desenvolvimento de uma mineração responsável e de boas práticas que não apenas forneçam minerais, mas também alternativas de desenvolvimento para nossos países”.
Ángela Grossheim, diretora executiva da Sociedade Nacional de Mineração, Petróleo e Energia do Peru, indicou que o principal desafio para a América Latina é “promover a indústria de mineração, é um pilar para as economias e o desenvolvimento de nossos países e por isso é importante continuar gerando conversas para a promoção da mineração na região”.
Nesse sentido, Roberto Cuevas, presidente da Câmara de Mineração do Panamá, afirmou: “Muitos não entendem a magnitude e a importância da mineração para nossos países, precisamos trabalhar lado a lado com o setor público para que ele apoie e entenda o setor de mineração que busca finalmente gerar benefícios para todos”.
Compromisso ambiental
Os representantes das entidades também reconheceram o papel fundamental que a indústria de mineração tem desempenhado na história da América Latina. “Os empregos, divisas, impostos, royalties e investimentos sociais e ambientais que ela gera têm sido fundamentais no combate à desigualdade e à pobreza onde atua”, assegura o documento de encerramento.
“Sem os minerais que a América Latina produz, esses compromissos ambientais – mais carros elétricos, mais baterias de lítio, mais turbinas eólicas, mais aço para tudo o que precisamos, etc, não são possíveis de cumprir”, acrescentou Nariño.
Os compromissos ambientais, ou seja, as ações voltadas ao combate às mudanças climáticas, também foram eixo central de várias das reuniões e mesas de discussão da ELAMI. Em conclusão, os empresários prometeram não poupar “esforços para que este setor na América Latina contribua decisivamente para alcançar mais rapidamente os compromissos ambientais e os desafios sociais que enfrenta”.
Nessa linha, convidaram governos e grupos de interesse a “distanciar interesses particulares, ideológicos ou políticos” para “construir diálogos baseados no conhecimento e na experiência técnica. Assim, enriquecer o debate público com argumentos sustentados, motivando o melhor entendimento da nossa indústria por meio de exercícios abertos, inclusivos e respeitosos”.
“Devemos tornar mais honesta esta conversa sobre as implicações ambientais dos setores extrativistas. Olhando em nossos olhos. Este é um diálogo que traz benefícios para todos e assim consegue uma contribuição real para fazer um mundo mais sustentável”, explicou Nariño.
Diversidade e inclusão
A declaração final do segundo Encontro Latino-Americano de Mineração destaca a importância da diversidade, equidade e inclusão para o setor mineral. Segundo os empresários, “a diversidade continuará sendo a força do setor de mineração na América Latina”.
“Sabemos que a mineração é para todos e é por isso que trabalhamos todos os dias para manter esse protagonismo que nos caracterizou como indústria, por ser um setor inclusivo e diversificado. A conversa que presenciamos nesta segunda versão da ELAMI nos deixa grandes oportunidades de continuarmos sendo líderes no assunto”, afirma o documento.
Especialistas de mais de 30 países e mais de 2.000 pessoas participaram de três dias de conferências acadêmicas na ELAMI, lideradas pela Colômbia. Entre os temas abordados no encontro estavam os aspectos geopolíticos que marcam o novo caminho que a mineração no mundo deve e começa a percorrer, a situação eleitoral que a região atravessa, os desafios dos governos na mineração para os próximos anos, a os dados mais recentes do estudo Brújula Minera e os minerais que serão fundamentais para a transição energética.
O encerramento foi conduzido pela especialista líder do setor extrativo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Natascha Nunes da Cunha, e contou com a participação do presidente da Câmara Argentina de Empresários da Mineração, Franco Mignacro; do diretor de comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Paulo Henrique Soares; do presidente da Associação Colombiana de Mineração, Juan Camelo Nariño; da presidente da Câmara de Mineração do Equador, Maria Eulália Silva; da diretora executiva da Sociedade Nacional de Minério, Petróleo e Energia do Peru (SNMPE), Angela Grossheim; e do presidente da Câmara de Mineração do Panamá, Roberto Cuevas.