MRS desenvolve vagão de transporte de minério
30/07/08
Mauro FernandoDo Diário do Grande ABC
A MRS Logística, que atua no mercado de transporte ferroviário e cuja malha passa pelo Grande ABC, e a Randon, fabricante ferroviário, desenvolvem juntas novo vagão exclusivo para transporte de minério de ferro. Duas unidades entraram em testes neste mês e rodarão por 60 dias na malha da MRS.
As duas empresas não revelam quantos vagões entrarão em operação após os testes, que visam ao comportamento das unidades na descarga do minério.
A MRS não quis falar sobre o volume de investimentos. “É confidencial”, diz o gerente-corporativo de suprimentos da empresa, Darlan Fábio De David. Mas Claude Domingues Padilha, gestor do negócio ferroviário na Randon, não se absteve: R$ 500 mil no “esforço de pesquisa e desenvolvimento”, no qual trabalham dez pessoas.MINERAÇÃO – O bom momento do setor de mineração no Brasil impulsionou o projeto. “Tem crescido a demanda para exportação”, confirma De David. Segundo o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), as exportações de minério de ferro, principal produto transportado pela MRS, subiram de 242 milhões de toneladas em 2006 para 269 milhões de toneladas no ano passado.
O Ibram estima que serão investidos no País, de 2007 a 2011, R$ 56 bilhões no setor de mineração. O Brasil é o segundo maior produtor de minério de ferro do planeta: 350 milhões de toneladas em 2007, o equivalente a 18,4% da produção mundial. Minas Gerais, por onde também passa a malha da MRS, é o maior Estado produtor, responsável por 71% do total.
De David afirma que a maior parte do minério a ser transportado depois de concluídos os testes irá de Belo Horizonte para portos do Estado do Rio de Janeiro (Guaíba, Itaguaí e Rio de Janeiro). “Alguma coisa irá até Cubatão, onde há uma planta da (siderúrgica) Cosipa.” Quanto à perspectiva de incremento dos negócios, “a MRS vislumbra crescimento contínuo no transporte de minério de 15% a 20% ao ano”.
A expectativa da Randon, conforme Padilha, é dobrar sua participação no mercado de vagões, “de 10% para 20%”, e “aumentar em 10% a receita líquida”. O balanço da empresa aponta que a receita líquida consolidada atingiu R$ 700,1 milhões no primeiro semestre deste ano.
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