Moagem com esferas ganha espaço
28/10/16
A francesa Saint-Gobain, líder mundial em soluções para construções sustentáveis, aproveitou o 24° Congresso Mundial de Mineração realizado no Rio de Janeiro, como oportunidade de negócios para a tecnologia de moagem ultrafina com esferas. A inovação, capaz de elevar a produtividade dos moinhos com impacto na sustentabilidade das usinas, vem ganhando adeptos no país. A Sibelco é uma delas. A multinacional, que opera 228 centros de produção de argila e caulim, cal e calcário, sílica e zirconita em 41 países, vai inaugurar, até dezembro, em São Paulo, duas plantas de moagem de carbonato de cálcio com esferas. As unidades vão dobrar a produção de duas usinas convencionais, que serão desativadas. “Mais cedo ou mais tarde as mineradoras vão adotar a nova tecnologia. A moagem com esferas é mais econômica e eficiente que outros processos”, afirma Rodolfo Fischer Moreira de Oliveira, gerente comercial de vendas da Saint-Gobain Zirpro, um dos principais fabricantes mundiais de esferas de moagem de cerâmica. A tecnologia de esferas é utilizada há muito tempo para a moagem na indústria de tintas e defensivos agrícolas. As primeiras eram de vidro. A partir dos anos 80 e 90, as esferas de zircônio começaram a surgir como opção de maior rendimento por causa do menor desgaste. Na composição das esferas a Saint¬Gobain Zirpro utiliza zircônia, alumina e óxido de silício. As esferas são fabricadas por meio de sinterização, processo que compacta e submete os cristais a temperaturas elevadas, mas menores que o ponto de fusão, e produzem uma peça sólida com alto grau de dureza, densidade e resistência. O diâmetro das esferas de moagem devem ser cerca de 20 a 30 vezes maior que o tamanho das partículas dos materiais antes da moagem. Especialistas consideram que são a melhor escolha para micromoagem. No Brasil, moinhos de esferas já atendem clientes como Tintas Renner, Basf e Bayer, mas com usinas de pequeno porte. Os dois moinhos da usina da Sibelco em São Paulo serão as primeiras de grande porte na América do Sul e vão produzir 18 mil toneladas de carbonato de cálcio ultrafino para a indústria de plástico, com impacto na redução das importações da matériaprima pelo país. No Chile há projetos de moagem fina com esfera para usinas de manganês, cobre e estanho. A tecnologia aumenta o desempenho, garante qualidade constante do produto, reduz carga de moagem, custos de produção e aumenta a produtividade. “Os impactos se refletem na sustentabilidade, porque há redução no consumo de energia dos moinhos e menor desperdício de materiais”, afirma Oliveira.
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Valor Econômico