Mirabela espera iniciar produção de níquel na Bahia em 2008
01/11/06
Por Karen Norton
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LONDRES, 31 de outubro (Reuters) – A empresa australiana Mirabela Nickel disse nesta terça-feira esperar que seu projeto de exploração de níquel na Fazenda Santa Rita, em Itagibá, no sul da Bahia, comece a produzir o metal no final de 2008.
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Outras empresas presentes ao evento Dia do Níquel, promovido pelo Mining Journal, em Londres, também estão ansiosas por progressos em seus projetos de mineração para se beneficiar da alta nos preços do níquel no mercado, mas alguns desses empreendimentos ainda estão em fase bem inicial.
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Na terça-feira, às 13h em Brasília, o preço de três meses do níquel na Bolsa de Metais de Londres estava em 31.400/600 dólares a tonelada, não muito abaixo do recorde de 32.625 dólares alcançado no início de outubro.
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O diretor-gerente da Mirabela na Austrália, Nick Poll, disse aos delegados presentes no encontro que a avaliação do impacto ambiental do projeto Santa Rita foi submetido às autoridades em setembro e há indicações de que, em abril do próximo ano, a empresa obtenha autorização para explorar a jazida.
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Na sexta-feira passada, a Mirabela anunciou um aumento de 50 por cento em suas riquezas naturais, com cerca de 52 milhões de toneladas com status indicado para distribuição. “Isso faz da Santa Rita uma das maiores descobertas de sulfeto nos últimos dez anos”, disse Poll.
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Enquanto a parte principal das minas existentes de níquel contém minério de sulfeto, a maioria dos novos projetos contém normalmente minério de laterita –de difícil tratamento–, com algumas poucas minas consideráveis de sulfeto.
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Os custos de capital da Santa Rita, localizada perto de Salvador, foram de 180 milhões de dólares. Sujeita à concessão de licença para exploração, a construção do projeto, segundo Poll, deve começar entre junho e setembro de 2007, com o início da produção comercial previsto para o último trimestre de 2008. A capacidade total de produção de 17 mil toneladas por ano será atingida na primeira metade de 2009, disse Poll. A vida útil de exploração da mina é de 13 anos.
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Poll disse que a Mirabela abre conversações com a companhia chinesa Jinchuan, a OMG , proprietária da refinaria Harjavalta na Finlândia, e a brasileira Votorantim Metais, proprietária de uma fundidora em Fortaleza. “Podemos enviar o concentrado para qualquer parte do mundo com esse grau”, disse Poll.
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“A Mirabela busca um grau de concentração de 12 a 14 por cento de níquel, 3,5 por cento de cobre e 0,35 por cento de cobalto. O grau de concentração de níquel pode chegar a até 20 por cento”, explicou Poll.
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“O envolvimento da comunidade é um elemento-chave no sistema de licenças”, disse Poll, acrescentando que a mina está localizada em uma fazenda aberta e despovoada com nenhuma área nativa, o que indica pouca base para oposição.
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A exploração da mina ajudaria também a reduzir o alto desemprego, que atinge de 50 a 60 por cento da força de trabalho no local, desde que o setor de cacau foi dizimado cerca de dez anos atrás por um fungo, disse ele.
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OUTROS DEPÓSITOS
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Outras companhias presentes ao encontro apresentaram detalhes de vários projetos em potencial ou já planejados na Escandinávia, Rússia e Escócia. David Pym, presidente-executivo da empresa canadense Belvedere Resources , que adquiriu 45 por cento das ações da Finn Nickel este ano, disse que a empresa pretende iniciar a exploração da pequena mina Sarkiniemi, na Finlândia, no ano que vem, com a exploração de um segundo depósito em curso em 2007 ou 2008.
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Segundo Pym, a mina Sarkiniemi estará esgotada em três ou quatro meses. Entre outros potenciais depósitos para exploração mencionados no encontro está o Arthrath em Aberdeenshire, na Escócia, de propriedade da empresa londrina Alba Mineral Resources em joint venture com a canadense Inco .
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A Mirabela também tem um acordo de joint venture com a Inco –recém-adquirida pela Companhia Vale do Rio Doce — para pesquisar grandes depósitos de níquel sulfetado perto da Fazenda Santa Rita.
Reuters