Ministro Carlos França: Brasil poderá atrair investimentos em microcomponentes e expandir setor mineral
30/11/22
O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, identifica oportunidade para a expansão da atividade minerária no país a partir de uma necessidade mundial de realocar cadeias produtivas, em função de vários fatores geopolíticos, entre os quais a guerra entre Rússia e Ucrânia. Ele acredita que o Brasil pode atrair investimentos em vários setores, entre os quais, a produção de microcomponentes para diversas indústrias, que deverão migrar da Ásia para outros países.

Titular do MRE, ministro Carlos França, ao lado de Raul Jungmann. crédito Tico Fonseca
Carlos França participou na noite desta 3ª feira (30/11) da solenidade de lançamento da Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia e da EXPOSIBRAM 2023, na sede do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em Brasília. Em pronunciamento, ele sugeriu ao diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, que o Instituto e outras organizações do setor privado se somem “ao governo para identificar possibilidades de produção” de minerais relacionados ao segmento industrial dos microcomponentes, como lítio, terras-raras, entre outros. Mas, alertou que para o país vislumbrar oportunidades nesse setor será preciso investir em competitividade, sustentabilidade e na expansão da pesquisa e da produção mineral.
As terras-raras representam um conjunto de elementos químicos, normalmente misturados a minérios, sendo os de maior valor econômico neodímio, lantânio, praseodímio, cério, gadolínio e samário. Pesquisas já identificaram que o Brasil tem potencial para produzir tais minérios em larga escala.

da dir. para a esq. Raul Jungmann (IBRAM), Sergio Leitão (Instituto Escolhas), ministro Carlos Franca(MRE), Ignacio Ybañez Rubio (União Europeia) e Larissa Rodrigues (Instituto Escolhas). crédito Tico Fonseca
Carlos França apoia o desenvolvimento da Amazônia pela bioeconomia
Sobre o tema bioeconomia, o ministro elogiou a iniciativa do IBRAM em organizar a Conferência em 2023, em Belém (PA) e disse que os governos da região amazônica “são capazes de criar estratégias para cuidar da Amazônia, sob todos os aspectos, como a dimensão da defesa e a dimensão econômica porque é preciso encontrar, dentro da bioeconomia, maneiras de dar sustentabilidade, vida digna às 27 milhões de pessoas que habitam aquela região”.
Ele disse que está em curso o fortalecimento da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). É uma organização intergovernamental, formada por oito países amazônicos, com sede no Brasil. Dessa forma, será possível “dar um caráter internacional aos cuidados com a região”, afirmou.
Jungmann pede apoio do Itamaraty para fortalecer certificação da produção de ouro
O diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann, disse, em seu discurso, que a realização da Conferência Internacional Amazônia & Bioeconomia tem relação com o combate às atividades ilegais de produção e de comercialização de minérios na Amazônia, entre os quais o ouro.
“O garimpo ilegal, ao contrário, da mineração sustentável, prejudica, destrói o meio ambiente e ameaça a vidas as populações originárias e a própria floresta. Não temos e não queremos nenhuma relação com esse tipo de atividade predatória. Por isso estamos trabalhando junto ao Banco Central para investigar empresas que são acusadas de promover a lavagem do ouro ilegal. Estamos trabalhando também com a Receita Federal para lançar sistema de nota fiscal eletrônica para controlar esse comércio de ouro e com a Polícia Federal para implantar um sistema de rastreamento do ouro produzido”, relatou.
Dirigindo-se ao ministro Carlos França, Jungmann disse que esteve em Genebra, Suíça, para avançar rumo à certificação do ouro produzido no Brasil para evitar o comércio de produto ilegal. “Nesse sentido, pedimos sua colaboração para buscar essa certificação, que permite melhor controle sobre a produção e abre espaço para a mineração legal, que recolhe impostos e gera emprego”, disse.
Ao final de sua fala, o ministro recebeu de Raul Jungmann um exemplar da nova publicação do IBRAM, o “Livro Verde da Mineração”, que retrata ações do setor mineral na preservação e conservação do meio ambiente, um dos principais componentes da Agenda ESG da Mineração do Brasil.
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