Ministério de Minas e Energia reafirma compromisso em desenvolver mineração no Brasil
22/11/19
O secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Alexandre Vidigal de Oliveira disse hoje (22/11) que o governo federal está empenhado em criar condições favoráveis à expansão e ao desenvolvimento da mineração no País. “Qualquer país do mundo daria tudo para ter a produção mineral que nós temos (…) Não se tem um Ministério de Minas para não se fazer mineração, temos que ter esta compreensão (…) Cabe-nos o compromisso sério, responsável, de fazer dessa mineração o melhor que conseguirmos fazer”, afirmou.
Ele acrescentou que o governo defende que a mineração seja sustentável e transparente. “Não vamos fazer mineração sem ter estas preocupações”, disse. O secretário também declarou que antes de assumir o cargo desconhecia muitos dos aspectos favoráveis do setor mineral. Passados cerca de onze meses no governo, Alexandre Vidigal disse que a mineração “é um setor econômico de suma importância e imprescindível e se temos algum propósito de termos melhores condições de bem-estar neste país, com desenvolvimento da economia, não há como abrir mão de integrar a mineração nesse contexto”, disse. Anteriormente outras autoridades, inclusive, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, já havia se pronunciado no mesmo sentido.
O secretário também informou que o Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA), do Ministério da Economia, passará a considerar dados da economia mineral em suas análises da economia nacional, o que não era norma nos cálculos daquele renomado instituto. Isso porque o setor mineral impacta positivamente, em vários aspectos socioeconômicos, as comunidades e o País como um todo, a exemplo de geração de empregos, de renda, de desenvolvimento de municípios e estados, a contribuição para divisas com exportações etc. “Este é um sinal que queremos fazer algo mais em relação à mineração”, disse o secretário.
As declarações de Alexandre Vidigal secretário foram feitas na abertura do seminário “Aplicação do nióbio no aço e o futuro da infraestrutura no Brasil”, no MME, em Brasília. O evento reuniu especialistas de setores econômicos que utilizam nióbio na fabricação de aços especiais. Estes aços contam com nióbio em sua composição e se tornam mais vantajosos para a produção industrial e a construção civil, inclusive, economicamente. O seminário foi organizado pelo MME e teve apoio de várias entidades, entre elas, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), representado pelo diretor-presidente, Flávio Penido. Também esteve presente o vice-presidente do Conselho Diretor do Instituto e diretor-presidente da mineradora CBMM, Eduardo Augusto Ayroza Galvão Ribeiro.
Segundo Flávio Penido, o IBRAM reconhece que a atual gestão do MME dinamizou as atenções do governo ao setor mineral e que eventos como o seminário desta 6ª feira comprovam que há interesse governamental em conhecer mais sobre o potencial mineral brasileiro, como forma de estruturar políticas públicas considerando as contribuições da indústria mineral para o desenvolvimento socioeconômico do País.
Nióbio é estratégico para o Brasil
Leonardo Silvestre, gerente de desenvolvimento de tecnologia da CBMM, empresa líder na produção de nióbio e produtos derivados como ligas de ferronióbio, expôs cases de sucesso na aplicação do nióbio em grandes obras, como a Ponte JK, construída em 2002 em Brasília, um dos cartões-postais da capital do Brasil. Segundo ele, estruturas como a ponte, com 12,4 mil toneladas e 1200 metros de comprimento, com vãos livres consideráveis, são construídas mais facilmente – e com economia – ao utilizar aços especiais, produzidos com nióbio em sua composição. O mastro que sustenta a Bandeira Brasileira em frente ao Palácio do Planalto é outro símbolo da Pátria que conta com nióbio em sua construção.
Silvestre também identificou o nióbio como estratégico para o Brasil impulsionar obras de infraestrutura e transporte, como as ferrovias de carga. Na década de 1980 o Brasil já fabricava trilhos com a presença de nióbio. A tecnologia, que é brasileira (da empresa CSN), permite maior performance das locomotivas e vagões. “A vida útil das composições é o dobro em relação às que trafegam sobre trilhos sem nióbio”, disse. A mesma vantagem caberia para obras em portos, estradas, estruturas de geração de energia solar e eólica, afirmou.
Márcio Couto, representante da consultoria internacional Roskill, informou projeções da empresa sobre o mercado de nióbio. Disse que ao longo dos próximos anos a oferta do produto irá satisfazer a demanda, embora esta apresente tendências de alta, em especial, pela elevação das compras pela China. Segundo ele, a oferta desde 2007 tem se mantido bem acima do nível de demanda. Há três projetos de produção de nióbio em gestação e que devem entrar em operação nos próximos anos, na Tanzânia, no Canadá e na Austrália. Atualmente, disse, os maiores compradores de nióbio são China (28%), União Europeia (25%), América do Norte (18%) e Japão (9%).