Minério continua em alta
26/09/07
Reajuste em 2008 pode chegar a 30% O apetite da economia chinesa e o crescimento da Índia vão manter valorizados, pelo menos nos próximos cinco anos, os minérios e metais industriais com preços fixados no mercado internacional, as chamadas commodities minerais. A pressão por reajustes em 2008 já dá sinais de aumento de 30% dos contratos de minério de ferro, que as grandes fornecedores e a indústria siderúrgica devem começar a negociar em outubro, segundo as projeções do analista Paul Gray, do prestigiado banco de investimentos Goldman Sachs. A frenética procura por minerais usados em larga escala pela indústria como níquel, cobre e alumínio tendem a seguir o comportamento do ferro, antecipando uma nova onda de ganhos para grandes mineradoras, no cenário que o analista apresentou ontem, em Belo Horizonte, durante o 12º Congresso Brasileiro de Mineração. `Estamos no começo de uma nova era, com demanda crescente por minerais e metais industriais e restrições no fornecimento. Não é uma bolha que está próxima a explodir`, afirmou Paul Gray. O ciclo de alta persistente reflete o descompasso entre o ritmo da procura e os projetos das empresas de mineração, inclusive no Brasil, onde a Vale do Rio Doce anunciou fortes investimentos em ampliação e abertura de minas de ferro e cobre. Para o analista do Goldman Sachs, até 2012 procura e oferta não irão se equilibrar. No caso do cobre, por exemplo, as cotações vão passar dos US$ 7 mil por tonelada nos próximos anos. Para o alumínio, as previsões, de acordo com Gray, também indicam aumento, com projeções de US$ 2,1 mil por tonelada. commodities. Os números da expansão chinesa indicam a força do país no mercado internacional de commodities minerais. As importações da China, este ano, devem alcançar 380 milhões de toneladas de minério de ferro, o correspondente à metade de todo o comércio mundial. Até 2010, esse volume de compras chegariam a 590 milhões de toneladas, representando 60% de todas as transações com o mineral. O Brasil se beneficia desse cenário, respondendo por 24% do total das compras chinesas, depois dos fornecedores australianos, com 38%. A desvantagem da produção brasileira em relação aos concorrentes australianos está no custo do frete na entrega aos clientes chineses, que pode ser o dobro em comparação ao minério entregue pela Austrália. Outro ingrediente que movimentará o mercado de minerais e metais industriais é a tendência de o governo chinês buscar investir em minas fora do país. Embora as empresas chinesas tenham aumentado a sua produção de minério de ferro em 30% ao ano nos últimos três anos, as reservas locais têm baixo teor de ferro e não proporcionam grande escala de produção. Além da expansão asiática, o crescimento mundial confirmam, de acordo com Gray, as expectativas de encarecimento dos minérios e metais industriais.
Estado de Minas