Minério: aquecimento do mercado ainda é lento
15/04/09
Enquanto as previsões de investimentos no setor mineral nacional até 2013 foram revistas de US$ 57 bilhões para US$ 47 bilhões, queda de 17,5%, em Minas Gerais, Estado com a segunda maior parcela de aportes – o primeiro é o Pará -, o recuo deverá ser maior e atingir 18,8%, já que passará de US$ 17 bilhões para US$ 13,8 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
De acordo com o presidente do Ibram, Paulo Camillo Vargas Penna, as vendas do setor pararam de cair, mas ainda estariam passando por uma recuperação do que foi perdido. “O ambiente continuará volátil até o final do ano, sendo que somente em 2010 retomaremos os patamares do pré-crise”, afirmou.Os investimentos mantidos em Minas serão feitos nos segmentos de extração de bauxita, minério de ferro, fosfato, nióbio, ouro, zinco e em logística. O Estado que contemplará o maior volume de aportes será o Pará, que projeta receber US$ 22,2 bilhões entre 2009 e 2013 no setor mineral, sobretudo na exploração de bauxita, caulim, cobre, minério de ferro, níquel e em transporte.Segundo os dados do Ibram, na exploração de minério de ferro estavam previstos no âmbito nacional US$ 37,341 bilhões em investimentos, que foram revistos para US$ 31,565 bilhões, entre 2009 e 2013. O único segmento que ampliou as expectativas de aportes foi a extração de bauxita, matéria-prima usada para fabricação de alumínio. O montante projetado passou de US$ 2,026 bilhões para US$ 2,519 bilhões.O minério de ferro, principal produto da pauta mineira, respondia em média por US$ 25 bilhões mensais nas vendas nacionais até setembro, segundo Vargas Penna. A partir do último trimestre de 2008, com a crise econômica mundial ganhando força, o montante atingiu US$ 17 bilhões em novembro e US$ 13 bilhões em dezembro. Apenas em janeiro deste ano as vendas voltaram a registrar US$ 17 bilhões, valor mantido em fevereiro e que subiu para US$ 22 bilhões em março.
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Segundo estimativa do Ibram, ambiente no setor de minério de ferro continuará volátil até o final do ano
“Os números nos mostraram que ainda estamos buscando uma recuperação. O ambiente continua extremamente volátil e não traduz confiança e isso reflete nos investimentos previstos”, avaliou Vargas Penna.Para ele, tudo dependerá da reação dos grandes países importadores de commodities minerais e de minério de ferro, como os Estados Unidos e até mesmo a China, que voltou a comprar o produto a partir de janeiro mas que ainda estaria longe dos patamares considerados favoráveis para o setor.A escalada de preços dos minerais até meados do ano passado viabilizou novas minas e projetos que eram inviáveis no início da década. A partir do quarto trimestre de 2008, o setor caminhou no sentido contrário, com demissões e suspensão de investimentos.Na China, o preço spot do minério de ferro, que no início de 2008 era de US$ 200 a tonelada, caiu para US$ 70 em novembro e em março alcançou US$ 85 a tonelada.
MARX FERNANDES
Diário do Comércio – MG