Mineradoras miram na Ásia e África para ampliar produção
28/03/07
A BHP Billiton Ltd., a maior mineradora do mundo, e suas concorrentes poderão aumentar seus investimentos em exploração em 2007 com relação à soma recorde do ano passado, de US$ 7,13 bilhões, na tentativa de encontrar metais na Ásia e na África, em um momento em que a demanda chinesa esgota as minas mundiais existentes.
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?As mineradoras aumentarão seus orçamentos novamente este ano, após terem ampliado seus gastos em 40% em 2006 com relação a 2005?, disse Jason Goulden, diretor de Exploração Corporativa da empresa de pesquisa Metals Economics Group. Em 2002, as mineradoras investiram US$ 1,9 bilhão.
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Décadas de investimentos inferiores aos necessários em minas e a acelerada expansão da economia chinesa, que dobrou de tamanho durante a última década, fizeram com que a BHP e sua concorrente, o Rio Tinto Group, não fossem capazes de fornecer cobre e níquel suficientes para atender à demanda.
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As mineradoras estão se dirigindo a novos territórios na Mongólia, na Indonésia e no Congo na tentativa de encontrar o que Leigh Clifford, principal executivo do Rio Tinto, chamou de ?depósitos de alta qualidade?.
?Novas operações de exploração em áreas tradicionalmente tidas como de risco político mais elevado têm sido a marca do atual ciclo de exploração?, disse Goulden no último dia 22 de março a partir de Nova Escócia.
Os preços dos metais vêm disparando há cinco anos consecutivos, fazendo o cobre alcançar o recorde de US$ 8.800 a tonelada em maio do ano passado e levando o níquel também a seu recorde, de US$ 48.500 a tonelada, este mês. Os preços do minério de ferro, utilizado na fabricação do aço, vêm subindo há cinco anos consecutivos e também alcançaram seu recorde.?Está ficando cada dia mais difícil encontrar novas fontes de metal?, disse Bret Clayton, chefe do setor de Cobre e Níquel do Rio Tinto, citando os prazos mais longos para entrega de caminhões, pneus e insumos. ?Esse é um dos aspectos que influenciaram nossa capacidade de iniciar as operações em novos projetos.?
?O Rio Tinto, sediado em Londres, aumentou seus gastos em exploração em 31% no ano passado, para US$ 345 milhões e quase todos os continentes nos interessam?, disse Ian Head, porta-voz da empresa.
No ano passado, o Rio Tinto e a BHP Billiton aceitaram prospectar minerais na Rússia. O Rio Tinto também enviou uma equipe para a região de Katanga, no Congo, onde estão localizadas 10% das reservas mundiais de cobre, disse no último dia 21 de março o Credit Suisse Group.
Produção de níquel
O Rio Tinto prevê que dois projetos de níquel garantirão uma parcela inicial de 5% da produção mundial, em um momento em que a empresa tenta se beneficiar dos preços, que aumentaram para altas recorde.
?A empresa, com sede em Londres, planeja operar minas nos Estados Unidos e na região leste da Indonésia?, disse Bret Clayton. O chefe do setor de Cobre e Níquel do Rio Tinto também comanda a área de desenvolvimento de níquel do Rio Tinto.
As concorrentes Companhia Vale do Rio Doce e BHP não conseguem atender à crescente demanda por níquel por parte da Índia e da China, o que estimula a alta dos preços e os interesses pelas aquisições. A Vale e a BHP tiveram de adiar a implementação de projetos de níquel, e a suíça Xstrata Plc fez na última segunda-feira uma oferta de US$ 4 bilhões pela produtora de níquel LionOre Mining International Ltd.
?O Rio Tinto se interessa por níquel há algum tempo, e se voltou para a possibilidade de produzir a um custo mais viável?, disse Tony Robson, analista da Global Mining Research. ?Mesmo assim, seu ingresso no setor pode levantar grande oposição, uma vez que ele se consolidou com grande hegemonia de quatro concorrentes?, acrescentou.
A russa OAO GMK Norilsk Nickel, a brasileira Vale do Rio Doce, a BHP Billiton, com sede em Melbourne, Austrália, e a suíça Xstrata são as quatro maiores produtoras mundiais de níquel, que é empregado na produção de aço inoxidável. ?Vemos o níquel como um setor atraente para [uma empresa] se envolver?, disse Clayton, que estava em Cingapura para uma conferência. ?Se desenvolvidos, os dois projetos vão nos proporcionar cerca de 4% a 5% do setor de níquel.?
DCI