Mineradoras apontam principais dificuldades de atividades latino-americanas
06/10/08
No terceiro dia do Fórum Internacional de Exploração Mineral, que se realiza paralelamente à Conferência Mundial de Cobre, no Chile, as mineradoras com operações na América Latina falaram de suas experiências na região; pragmáticas, as companhias falaram com entusiasmo de seus atuais projetos, mas também elencaram as várias dificuldades enfrentadas. Uma delas foi apontada por John Thompson, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Teck Cominco: a falta de conhecimento geológico: há uma grande demanda por capacitação de pessoas para trabalhar nos projetos, que vão ganhando em complexidade. Thompson mencionou a mineração em áreas remotas, como o deserto chileno, além das atividades em locais de elevada altitude, como na cordilheira dos Andes. Para Raymond Jannas, vice-presidente de geologia e exploração da júnior Hochschild Mining, as grandes descobertas estão acabando. Ele apontou o fundo do mar como uma possível saída para contornar o problema; seu colega Eduardo Jorge Ledsham, diretor de desenvolvimento da Vale, acredita em uma disputa cada vez maior por novos ativos no futuro. Presidente da júnior australiana Tamaya Resources, Hugh Callaghan apontou os altos custos operacionais na América Latina como um entrave aos investimentos. O executivo criticou os preços de combustíveis, frete e mão-de-obra, além dos royalties extorsivos cobrados por alguns países “nacionalistas”, ao que foi corroborado por Charlie Sartain, presidente-executivo da divisão de cobre da Xstrata; Sartain, no entanto, se mostrou mais otimista sobre a disputa por ativos: “Há muitas opções de investimento para as mineradoras no mundo”, disse. E Miguel Cardozo, presidente-executivo da peruana Alturas Minerals, vê um número cada vez maior de regiões e países abertos aos investimentos das mineradoras, e que atrair esses investimentos se torna essencial para a América Latina.
Geólogo.com.br