Mineração tem futuro assegurado no Brasil com mais tecnologia, inovação e segurança
18/04/19
A articulação do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) com autoridades brasileiras federais, estaduais e municipais, além de organizações e especialistas internacionais em mineração – brasileiros, inclusive – inseriu o Brasil em um movimento global inédito de cooperação, voltada a promover mudanças na indústria da mineração nestes próximos anos. “Trocar experiências e conhecimentos com especialistas e organizações internacionais é essencial para desenvolvermos modelos de gestão e de operação de empreendimentos minerários que permitam uma nova e marcante evolução da indústria da mineração no Brasil e nos demais países”, afirma o presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Brumer..
Balanço das apresentações e debates do ‘Seminário Técnico Internacional sobre Barragens de Rejeitos e o Futuro da Mineração em Minas Gerais’, realizado em 17/4, em Nova Lima (MG), conclui que a mineração tem futuro assegurado no Brasil e no mundo, desde que direcione esforços para desenvolver tecnologias e inovações, que conduzam o setor a níveis de segurança operacional inquestionáveis. Já os governos terão pela frente o papel de desenhar novas políticas públicas, que sustentem estas iniciativas por parte do setor industrial.
O evento foi realizado pelo IBRAM, com apoio do Governo de Minas Gerais, da Fundação Dom Cabral (que sediou o seminário) e da Federação das Indústrias de Minas Gerais.
Mineração gera negócios e empregos em diversas cadeias produtivas
“A indústria da mineração não age isolada. Ela é a base de diversas cadeias produtivas, e contribui para gerar negócios e empregos em uma série de outras indústrias, no atacado, no varejo e no setor de serviços. É assim que a mineração deve ser avaliada e o Seminário foi um excelente canal para transmitir essa mensagem, que teve o apoio, inclusive, das autoridades e especialistas presentes; eles reconhecem o papel fundamental do setor na economia nacional”, afirma Wilson Brumer. Há, segundo ele, uma sintonia entre o setor mineral, as autoridades e lideranças empresariais de que Minas Gerais e o Brasil precisam valorizar a vantagem competitiva de seus minérios em prol do desenvolvimento nacional, bem como da diversificação da economia.
Wilson Brumer diz que o setor mineral tem pela frente o desafio de contrapor um verdadeiro bombardeio de informações negativas sobre a mineração, que têm sido transmitidas à sociedade, e, em especial, às novas gerações. “Vamos agir para a indústria da mineração ser cada vez mais segura e apresentar bons resultados para o bem comum. E vamos reverter este quadro de percepção negativa para outro de reconhecimento popular da importância socioeconômica da indústria da mineração para os cidadãos”, afirma.
“O setor irá se aproximar ainda mais da sociedade, das autoridades, das comunidades que convivem com os empreendimentos minerários. Vamos melhorar nossa comunicação com o público em geral e aperfeiçoar nossos processos produtivos. É um movimento internacional em toda a mineração”, assegura Wilson Brumer.
Ministros e governadores apoiam mineração em Minas e no Brasil
Segundo o diretor-presidente do IBRAM, Walter Alvarenga, as manifestações dos ministros Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior (Minas e Energia) e Ricardo Salles (Meio Ambiente) e dos governadores Romeu Zema (MG) e José Renato Casagrande (ES), no Seminário, explicitaram a vontade política de apoiar a continuidade das atividades de mineração em um ambiente que proporcione sustentabilidade aos negócios. “As autoridades sinalizaram que reconhecem a importância socioeconômica da indústria da mineração para municípios, estados e a União. É uma indústria que sustenta os negócios de uma imensa cadeia produtiva e não pode ser demonizada, mas, sim apoiada para superar gargalos técnicos, e, assim, aperfeiçoar todos os seus processos produtivos”, afirma Walter Alvarenga.
Para o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, o Seminário marcou época por consolidar esforços comuns dos brasileiros e estrangeiros em prol de uma mineração mais evoluída tecnologicamente e mais segura operacionalmente. “Há consciência coletiva de que é preciso cooperar porque as buscas por soluções é algo que une as organizações e os governos que se relacionam com a mineração mundo afora. Afinal, ocorreram acidentes na mineração em diferentes países e não só no Brasil. Esses episódios serviram de aprendizado e sinalizaram que soluções não são desenvolvidas rapidamente; é preciso analisar causas e consequências e debater insistentemente para apontar as melhores providências que evitem a repetição de casos”, diz.
Cooperação internacional inédita no setor
Segundo o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, o Seminário demonstrou às autoridades e ao público brasileiro os esforços individuais e coletivos de especialistas, organizações internacionais e de governos de várias nações em prol de uma mineração mais segura, responsável, transparente e eficiente.
“A cooperação de estrangeiros e brasileiros nesse sentido é algo inédito na história do setor. Pretendemos evoluir em campos como a geologia, a mineração e o tratamento conferido aos rejeitos. A tendência é que a indústria passe a utilizar cada vez menos as barragens e adote técnicas alternativas. É preciso compreender que essa transição é gradual e passa pelo desenvolvimento de tecnologias, ações econômicas e políticas públicas, de modo a equacionar os interesses envolvidos”, afirma.
O IBRAM, segundo Mancin, participa do Mining Hub (www.mininghub.com.br) com várias mineradoras e fornecedores do setor e, por meio dele, pretende estimular startups a desenvolverem boa parte das soluções tecnológicas que objetivam aperfeiçoar os processos produtivos da mineração. “Entre eles, a gestão de rejeitos e, inclusive, as alternativas de destinação para esse material. Além disso, o IBRAM articula com a Associação de Mineração do Canadá (MAC), com outras organizações e empresas a elaboração de um guia de boas práticas nessa área”, diz.
Segundo ele, este guia terá seu conteúdo refinado em mais alguns encontros técnicos, como o Seminário realizado em Nova Lima, bem como no Congresso Brasileiro de Mineração (em setembro, em Belo Horizonte). O conteúdo deste guia é baseado na metodologia canadense desenvolvida pelo MAC chamada ‘Towards Sustainable Mining/Rumo à Mineração Sustentável (TSM)’, adotada por vários países. “Esta é uma contribuição que julgamos importante porque adiciona conhecimento externo ao desenvolvido pelos técnicos brasileiros e trará orientações adaptadas à realidade do Brasil”, informa.