Mineração para um futuro sustentável
23/08/23
Referência global em sustentabilidade, Nova Zelândia apresenta soluções na EXPOSIBRAM 2023 que prometem reduzir os impactos da mineração na cadeia de valor
Por Beni Iachan*
A transição para um futuro mais sustentável dependerá do avanço da mineração. Pode soar contraditória a afirmação, já que a atividade carrega uma reputação de ser altamente poluente. Entretanto, a mineração desempenha um papel fundamental para que o mundo deixe para trás a sua dependência de combustíveis fósseis para se voltar para fontes de energia verde e renováveis. Painéis solares, turbinas eólicas e veículos elétricos, para citar alguns exemplos, necessitam de metais e minerais para o seu funcionamento. O setor de tecnologia é também outro que conta com a mineração, demandando a extração de minerais para fabricação de chips e semicondutores.
Segundo a Agência Internacional de Energia, a estimativa é que o mundo precisará de, pelo menos, 50 novas minas de lítio, 60 novas minas de níquel e 17 novas minas de cobalto até 2030 para atender à demanda por armazenamento de eletricidade. Para garantir esse futuro e ainda cumprir as metas que visam reverter o aquecimento global e frear, portanto, os desastres climáticos, a mineração deve ter como foco o desenvolvimento ecologicamente responsável.
Na Nova Zelândia, a gestão ambiental do setor é inegociável para o país insular que confia sua economia a outras atividades que dependem fortemente da terra e das pessoas, como é o caso da agricultura. Por lá, com a compreensão de que tomamos emprestada a terra, extraímos dela e a ela devolvemos, o processo de recuperação da terra e do entorno se inicia em conjunto com o início da mineração.
A importância da mineração para a Nova Zelândia é centenária. O país exporta ouro e outros minerais não metálicos a diversos países e mais de 6% das suas exportações vêm dessa indústria, com 40% do PIB da costa oeste do país tendo origem na mineração. O país também é referência na exportação de tecnologia para o setor.
Para apresentar como a Nova Zelândia pode contribuir com uma mineração mais sustentável, cinco empresas neozelandesas participarão da EXPOSIBRAM 2023, que acontece entre os dias 28 e 31 de agosto. Essas empresas, líderes globais no setor, oferecem soluções distintas que conseguem reduzir os impactos ambientais em toda a cadeia de valor da mineração, além de tornar as operações mais seguras, eficientes e rentáveis.
Com soluções para gerenciamento de dados e modelagem de dados geológicos, a Seequent parte do princípio que só é possível tomar melhores decisões que beneficiam as pessoas e o planeta quando todos conseguem ter uma visão mais clara da subsuperfície. Presente em mais de 100 países, a empresa é líder mundial em softwares para gerenciamento de dados e modelagem geográfica para subsuperfícies.
Já a Tait Comunicações garante a comunicação das equipes em missão crítica, o que faz a diferença em coordenar o movimento seguro de pessoas e recursos em ambientes desafiadores como o das minas. A empresa oferece soluções de comunicação com a segurança e robustez necessárias para o setor de mineração.
Na indústria de mineração, a Loadscan oferece uma solução patenteada de medição de volume de carga, o que ajuda a otimizar, reduzir custos e automatizar as operações de carga transportada, melhorando a produtividade e trazendo mais rentabilidade para a operação. Os equipamentos da Rocklabs, do grupo Scott Technology, aumentam a produtividade e confiabilidade ao setor de mineração com a automação de preparação de amostras e materiais.
Também estará na Exposibram a Framecad, que tem nas suas perfiladeiras engenheiradas um sistema de design avançado, software e soluções de fabricação em aço, para construir edifícios duráveis e com custo efetivo. Essa combinação permite agilizar a construção necessária de vilas próximas às minas que serão utilizadas por trabalhadores como moradia temporária, por exemplo.
As soluções neozelandesas garantem confiabilidade para uma atividade que é, sem dúvida, sensível. Para avançar a agenda ambiental do setor, que passa por crescente escrutínio social, as mineradoras terão de ampliar seus investimentos em tecnologias e Pesquisa & Desenvolvimento. De acordo com o estudo da EY “Riscos e Oportunidades de Negócios em Mineração e Metais no Brasil”, a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) vem sendo o tema mais mencionado pelos executivos no estudo nos últimos dois anos, evidenciando a preocupação do setor.
O Brasil tem um potencial econômico gigantesco de recursos minerais de alta qualidade, sítios geológicos inexplorados, além de uma matriz elétrica de baixo carbono quando comparada a outros países. À medida que o mundo caminha para um futuro alimentado por energia renováveis, o setor no país demandará novas abordagens, novos modelos de negócio e tecnologias para estar à frente dessa grande mudança.
*Beni Iachan é Gerente de Desenvolvimento de Negócios da NZTE (New Zealand Trade & Enterprise) para o Mercosul em São Paulo, onde atua como responsável pelas áreas de Recursos, Energia, Defesa e Segurança. Anteriormente trabalhou por mais de 13 anos no setor privado, como Gerente de Negócios Internacionais, atuando sobretudo em negociações B2B e B2G em mais de 50 países. Cursando MBA em ESG pelo IBMEC, graduou-se em Relações Internacionais e possui MBA em Comércio Exterior pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.