Mineração gerou 46 mil empregos no Nordeste em 3 anos
23/09/13
O setor de mineração foi um dos que mais recebeu investimento estrangeiro nos últimos três anos na região Nordeste do país, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apesar disso, falta investimento em infraestrutura logística, diz o secretário de Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli.
A mineração foi um dos setores que mais recebeu investimento estrangeiro na região Nordeste do país, perdendo apenas para o setor automobilístico. As informações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o instituto, nos últimos três anos, mais de 70 empresas estrangeiras investiram na região e geraram mais de 46 mil empregos.
Entre as mineradoras que investem na região a BC Iron, que junto com a Cleveland Mining, ambas australianas, compraram, este mês, 80% de três projetos de minério de ferro da Bahmex, na Bahia e em Minas Gerais. No Maranhão, a Jaguar Mining está finalizando o projeto de ouro Gurupi, onde há recursos de 3,2 milhões de onças.
A trading chinesa Prosperity Minerals Holding, de minério de ferro, possui projetos no município de Quiterianópolis (CE) e divulgou, no meio do ano, investimento de US$ 12 milhões para sua joint venture no Brasil. A empresa possui participação de 35% na United Goalink (UGL), joint venture focada da exploração de minério de ferro no Brasil. A UGL possui 100% de participação da empresa Globest Resources Limited que, por sua vez, é dona da empresa Globest Participações (GPL).
Recentemente a indiana Fomento Resources anunciou investimento que fechou parceira com a Atlantica Mining para desenvolver projetos de minério de ferro em Alagoas. A Atlantica Mining, por sua vez, é proprietária da Atlântica Geologia e Mineração, e tem direitos de pesquisa em Alagoas e Sergipe.
Mas um dos obstáculos para o desenvolvimento de projetos de mineração na região Nordeste do país, são os problemas de infraestrutura. O próprio secretário de Planejamento da Bahia e ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ontem, que falta mais recursos públicos e de planejamento em logística para sustentar o avanço econômico do Nordeste.
O discurso aconteceu durante sua participação do evento Fóruns Estadão Regiões ? Nordeste. Segundo Gabrielli, sem logística o produtor nordestino não consegue competir em igualdade de condições com produtores de outros estados, e que essa é a deficiência que atrapalha o crescimento da região.
Uma das empresas que enfrenta esse problema é a Bahia Mineração (Bamin), do grupo ENRC, com sede no Cazaquistão. A Bamin, que possui projetos de minério de ferro em Caetité, Bahia, tem enfrentado problemas com a infraestrutura logística da região.
A mineradora, assim como outras companhias, aguardam a conclusão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que deveria ter sido inaugurada em julho deste ano, para escoar sua produção. O novo cronograma prevê a conclusão do traçado inicial para o fim de 2015.
Em maio deste ano, o presidente da Bahia Mineração, José Francisco Viveiros, disse que os atrasos na construção da ferrovia estão entre as dificuldades enfrentadas pelo empreendimento. O material da Bamin será escoado pela ferrovia até o Porto Sul, de onde será embarcado para exportação.
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