Mineração digital vai mudar totalmente o setor, diz especialista
26/10/16
A tecnologia da informação vai entrar em vários aspectos da atividade de mineração, tanto na parte operacional quanto na de mercado, disse a consultora Rachael Bartels, da Accenture, durante a 24ª edição do World Mining Congress (WMC), que terminou na sexta-feira (21) no Rio de Janeiro. Na área de segurança do trabalho, as novas tecnologias devem contribuir para salvar 709 vidas até 2025.Durante sua apresentação, Bartels mostrou números que impressionam. Das cerca de 2.700 fatalidades previstas no setor de mineração de 2016 a 2025, e 140.000 acidentes com perda de tempo, nada menos do que 709 fatalidades serão evitadas, bem como 36.000 acidentes, graças a inovações que usam sensores e controles remotos, além de tecnologias vestíveis, entre outras.Boa parte da mudança é atribuída ao que ela chama de ?nativos digitais?, os jovens que nasceram depois do surgimento da internet e das tecnologias móveis como os celulares, e agora estão chegando ao mercado. ?Eles usam tablets e wearables[tecnologias vestíveis como o i-watch]?, disse a consultora, que apresentou a palestra ?Disrupt or Disrupted: The Imminent Digitalization in Mining?.Mas nem todas as novidades são positivas do ponto de vista da geração de emprego, por exemplo. A previsão é que de uma força de trabalho estimada em 1,6 milhão de trabalhadores, cerca de 155 mil venham a perder seus empregos devido ao avanço de tecnologias como a de equipamentos autônomos. ?Não quero ser pessimista, tem muita oportunidade, mas não vai ser fácil?, afirmou Bartels, referindo-se à transição de uma mineradora convencional para uma ?digital?.Mas segundo ela, a redução de custos se tornou um imperativo para a sobrevivência das mineradoras. E uma fonte de melhorias capazes de reduzir os custos está na em siglas como IoT, ou Internet das Coisas, e em novas ciências como a Analítica, que investiga melhorias em milhões de dados. Um único caminhão da Rio Tinto, dotado de 220 sensores, gera nada menos do que 5 Terabytes de informação por dia.O mercado de mineração, disse a especialista da Accenture, é avaliado em US$ 2,7 trilhões, sendo que a contribuição das tecnologias digitais podem agregar de US$ 190 bilhões, em estimativa conservadora, a US$ 320 bilhões, em uma estimativa mais agressiva, dependendo da intensidade de uso das novas tecnologias.Ela prevê muitas mudanças além redução de custos. As áreas que devem crescer com o uso de novas tecnologias são automação, junto com robótica e equipamentos operacionais; força de trabalho digitalizada, com pessoas mais conectadas e trabalhando em centros operacionais; empresa integrada, na forma de ecossistemas e plataformas, incluindo segurança cibernética, it/ot convergência, intercâmbio de dados e plataformas de negociação; sistemas de decisão e analítica de nova geração; além de simulação e analítica avançada e inteligência artificial.As empresas têm de se preparar também para ataques cibernéticos, impressoras 3D, inteligência artificial e thinkbook.?A IA [inteligência artificial] é boa para identificar padrões, e isso é geologia, identificar padrões um mar de informações?, disse Bartels, acrescentando que, em média, as mineradoras examinam apenas 10% do material coletado. Sobre impressão 3D, ela acredita que não vai afetar muito a operação, mas sim o mercado, que vai demandar cartuchos para impressão e novos materiais.A consultora ainda definiu thinkbook como o facebook dos robôs. ?Alguns preveem que, dentro de alguns anos, os robôs serão capazes de ensinar outros robôs a fazer as atividades?, declarou Bartels em sua apresentação.A mensagem final de Bartels, que chefia a área de mineração global da Accenture, é que as empresas tenham pronta, e atualizada, uma estratégia digital integrada, para não serem surpreendidas pelas mudanças cada vez mais rápidas.Clique aqui e acesse a matéria.
Notícias de Mineração Brasil