Mineração brasileira vive momento oportuno para captação de financiamento com diferentes instituições e investidores
16/06/21
Os bons resultados de produção, faturamento, demanda aquecida pelos minérios e sua valorização no mercado internacional colocam a mineração brasileira no radar para receber novos e importantes investimentos. Este cenário foi debatido durante o primeiro dia do e-Mineração no Painel “Oportunidades e Financiamentos para o Setor Mineral”.
O diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Rinaldo Mancin, explicou que a mineração vive um momento muito importante, com a valorização muito significativa dos preços das principais commodities minerais, em especial do minério de ferro, que atualmente é vendido por U$ 220 a tonelada. “O setor está muito aquecido, apenas em 2020 a mineração brasileira faturou R$ 209 bilhões, uma alta de 36% em relação a 2019. Este resultado aumentou em R$ 72 bilhões a arrecadação de impostos, com destaque para a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), que passou de R$ 4,5 bilhões para R$ 6,1 bilhões, dados de 2020”, explicou.
Eduardo Cardoso, Sócio e CFO da Ore Investments, acredita que o momento é muito oportuno para discutir investimentos na mineração. “São três fatores que tornam o setor mineral atrativo: demanda crescente por minérios, uma mudança no mercado de capitais brasileiro e uma mudança na mentalidade do investidor, que está mais propenso a riscos”.
Thiago Bonas, sócio e diretor de Recursos Minerais da Ore Investments, ainda frisou que a necessidade global de minérios vai demandar muitos investimentos em exploração. “Sabemos que esta etapa é muito carente, devido ao risco inicial do projeto”.
Riscos iniciais de um projeto dificultam o acesso ao financiamento pelas mineradoras
Para Pedro Dias, Gerente de Inteligência Setorial, Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os riscos iniciais de um projeto dificultam o acesso ao financiamento pelas mineradoras. “A Agência Nacional de Mineração (ANM) está trabalhando em uma regulação especifica quanto aos procedimentos aplicados no intuito de gerar mais segurança para os agentes financiadores. Cabe lembrar que o direito minerário muitas vezes representa o principal ativo do empreendimento mineral”, explicou. Segundo Pedro Dias, a minuta de resolução divulgada pela agencia é muito feliz ao prever um sistema eletrônico próprio, que abrange todos os processos desde o registro da garantia até a sua execução. Desta forma, desburocratizando o processo sem prescindir da segurança jurídica necessária e conferindo ampla publicidade e acesso a informação acerca dos contratos de financiamento.
Pedro Dias lembrou ainda que o BNDES tem uma importante expertise no financiamento por meio de bancos e títulos de dívidas. “Na mineração, já são mais de R$25 bilhões em financiamento, segundo uma última análise feita pelo BNDES com dados desde 2002, que suportaram investimentos em torno de R$ 90 bilhões. O BNDES participou da maioria dos financiamentos dos grandes projetos de mineração do Brasil”, afirmou.
A bolsa de valores brasileira (B3) já está preparada para receber empresas de pequeno e médio porte com projetos que envolvem riscos elevados. Segundo Leonardo Resende, Gerente de Relacionamento com Empresas e Estruturadores de Ofertas Públicas da B3, por meio do Novo Mercado, que é o mais alto padrão de governança corporativa B3, empresas com riscos elevados podem ser listadas na bolsa. “Ainda não temos nenhuma companhia nesta modalidade, porém, apresentando um plano de negócio bem estruturado e conseguindo explicar para os investidores os caminhos a serem tomados, é viável a inclusão da empresa na bolsa de valores brasileira”, explicou.
O painel foi moderado por Sandro Mabel, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás e do Conselho Temático de Mineração (COMIN) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Patrocinadores do e-Mineração
Mineração Vale Verde (patrocínio Máster) Vale (patrocínio Máster), Anglo American (Ouro), e ArcelorMittal (patrocínio Apoio), Dassault Systemes (patrocínio Apoio), Itubombas (patrocínio Apoio) e Mosaic Fertilizantes (patrocínio Apoio) .
Apoiadores Institucionais
ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos; ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração; ABPM – Associação Brasileira de Preservadores de Madeira; ACMINAS – Associação Comercial e Empresarial de Minas; Aço Brasil; ADIMB – Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro; CETEM – Centro de Tecnologia Mineral; FDC – Fundação Dom Cabral; FIEB – Federação das Indústrias do Estado da Bahia; Serviço Geológico do Brasil; FIEPA – Federação das Indústrias do Estado do Pará.
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