Mineração: aportes garantidos em MG
24/10/08
Em função da elevada demanda mundial, crise de liquidez não deverá impactar os investimentos.
Apesar do momento de incertezas no mercado financeiro e do adiamento de planos de expansão no setor produtivo, Minas Gerais, que responde por 44% da produção mineral brasileira, deverá ter os investimentos mantidos. Os aportes previstos serão da ordem de US$ 17 bilhões entre 2008 e 2012, montante que corresponde a 30,3% das inversões destinadas ao setor de mineração no país (US$ 56 bilhões).A informação é do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) Paulo Camillo Vargas Penna. Segundo ele, o que deve acontecer é a realocação de recursos, seja no tipo de minério ou mesmo nas fases de produção. “Inversões que seriam feitas em minérios como níquel, que está com cotação em baixa, devem ser destinadas a outros tipos de mineral ou mesmo para melhorar e ampliar a capacidade de logística ou de energia, por exemplo”, explicou.Em Minas, não deve haver nenhum tipo de prejuízo ou de grandes mudanças nos projetos porque estes tipos de metais, que estão tendo impactos mais negativos como a crise de liquidez internacional, não são explorados no Estado. “Apesar dos percalços que todo o mundo enfrenta, a manutenção dos investimentos refletem a confiança no segmento e na continuidade da demanda por commodities metálicas”, avaliou.De acordo com o presidente do Ibram, outro tipo de mudança que pode acontecer é nas formas de captação de crédito. “Empresas que tinham planos de lançar ações, por exemplo, devem optar por outras formas de financiamento. Isso porque elas certamente vão encontar alguma dificuldade em fazer este tipo de operação em um momento de falta de liquidez no cenário mundial”, analisou.Investimentos – Revisões para cima das projeções de investimento para os próximos anos já vinham acontecendo desde 2007. Em janeiro do ano passado, as estimativas de investimento para o setor somavam cerca de US$ 25 bilhões. Em julho, as projeções apontavam US$ 28 bilhões e, em setembro, rondava em torno de US$ 32 bilhões. Neste ano não foi diferente. Em janeiro, a projeção subiu para US$ 48 bilhões, montante mais uma vez alterado no mês passado.Ainda não há definições das alterações de valores por tipo de minério. A previsão inicial era de que o minério de ferro, com liderança dos recursos, recebesse cerca de US$ 37 bilhões, ou 65% do total, o que deve fazer com que a produção nacional passe de 320 milhões de toneladas para 700 milhões em 2012. Em seguida, figurava a exploração do níquel, que receberia outros US$ 6,2 bilhões nos próximos cinco anos.O setor tem participação expressiva no saldo da balança comercial do país, com 21,5% do total em 2007, ou US$ 8,6 bilhões, de acordo com o dirigente. Para este ano, a expectativa é de que o segmento alcance 38% do saldo e deva registrar US$ 10,2 bilhões. Penna informou que o setor mineral deve ter crescimento nominal de 18% e alcançar um faturamento da ordem de R$ 54 bilhões.
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Diário do Comércio – MG