12/01/12

A Mineração Minas Bahia (Miba), subsidiária do grupo cazaquistanês Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), pode rever para cima o aporte inicial de R$ 3,6 bilhões previstos para a instalação de um complexo minerador com capacidade de produção de 25 milhões de toneladas por ano de minério de ferro concentrado, entre os municípios de Grão Mogol e Rio Pardo de Minas, no Norte de Minas.
As jazidas estão localizadas dentro da área de influência da nova fronteira minerária do Norte de Minas, com reservas estimadas em 20 bilhões de toneladas de minério de ferro, distribuídas em 20 municípios da região. O presidente da empresa no Brasil, José Francisco Viveiros, admite a possibilidade da revisão dos valores inicialmente programados.
“Estamos em fase de revisão do dimensionamento das reservas, para, depois, fazer o estudo de viabilidade econômica. Se o parecer do levantamento for positivo o projeto terá prosseguimento e os valores serão atualizados”, explica Viveiros.
Até a metade do ano passado, a Miba já havia investido R$ 25 milhões em sondagens e pesquisas nas suas reservas no Norte de Minas, mas Viveiros não revela o montante aportado até o momento. Os resultados dos estudos, segundo ele, fornecerão diretrizes para a implantação do projeto já anunciado pela empresa.
Viveiros esclarece que os números relativos ao investimento já divulgados refletem as estimativas calculadas com base em valores e volumes médios praticados pela indústria extrativa mineral no país e a empresa mantém a expectativa positiva para o início da produção.
Inversões – Anteriormente, o presidente da Miba afirmou que a solução logística para o escoamento do insumo já estaria definida. Em complementação de outro projeto logístico da empresa, Viveiros chegou a admitir que seria construída uma ferrovia de aproximadamente 200 quilômetros entre a unidade industrial e o município de Brumado, na Bahia.
Além da Miba, a nova fronteira minerária no Norte de Minas está atraindo importantes investimentos do setor para a região. Gigantes como BHP Billiton e Vale S/A já possuem áreas na região. A Vale, inclusive, já anunciou que está investindo R$ 560 milhões em uma mina de minério de ferro nos municípios de Serranópolis de Minas, Riacho dos Machados, Grão Mogol e Rio Pardo de Minas. O empreendimento, a ser concluído em 2014, produzirá 200 mil toneladas de minério granulado e 400 mil de fino comum.
A Votorantim Novos Negócios (VNN), braço de venture capital e private equity do grupo Votorantim, também confirmou acordo com a chinesa Hondbrige Holdings para finalizar o estudo do Projeto Salinas, desenvolvido pela Sul Americana de Metais S/A (SAM), e que pode chegar a uma inversão de US$ 3,2 bilhões em projetos na região.
Além disso, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale, já teria concluído estudo, a pedido do governo de Minas, para implantar um ramal ferroviário de aproximadamente 150 quilômetros de extensão, entre Teófilo Otoni (vales do Jequitinhonha e Mucuri) e Governador Valadares (Vale do Rio Doce).

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