Metasa reativa fábrica de tungstênio
14/08/07
Um dos ícones do setor mineral do Rio Grande do Norte, a Metais do Seridó S.A. (Metasa) retoma no próximo mês as atividades de sua fábrica de ferro tungstênio, com uma produção mensal estimada em 10 toneladas e capacidade para, ainda este ano, triplicar esse volume. Ao contrário da mina de scheelita ? que foi a única do Seridó potiguar que atravessou incólume a crise por que passou o setor mineral do estado e manteve-se funcionando ? a fábrica de ferro tungstênio da Metasa estava fechada desde o ano 2000. Com a retomada, além dos 15 empregos diretos que irá gerar, a fábrica deve ter efeito direto no aquecimento da atividade mineral na região. ?Como nós vamos comprar de quatro a cinco toneladas de sheelita por mês aqui em Currais Novos, devem ser abertos novos garimpos, já que os mineradores terão mercado garantido para o minério extraído?, explica o empresário Marcelo Porto, proprietário da Metasa. Porto ressalta que a decisão de reabrir a fábrica de ferro foi tomada exatamente pelo mesmo motivo que levou ao seu fechamento, sete anos atrás: mercado. Ele conta que, quando fechou a unidade, a tonelada de ferro tungstênio estava sendo cotada no mercado internacional a US$ 10 (algo em torno de R$ 19). Hoje, esta mesma tonelada está cotada em US$ 35 (R$ 67). A mudança de cenário se deveu principalmente à situação da China que passou de exportadora a compradora do tungstênio e da scheelita. ?No ano 2000 e até dois anos atrás, a China exportava tanto o minério quanto o ferro tungstênio por preços absolutamente incompatíveis. Agora, como ela passou a ser compradora, porque seu mercado interno aumentou enormemente a demanda por esses produtos, o preço internacional subiu e já chegou próximo dos patamares que tinha nos tempos áureos da atividade mineral no RN?, diz Marcelo Porto. A Sheelita (minério que é base para a produção do tungstênio) também registra aumento de preço no mercado internacional. Para se ter uma idéia, a tonelada, que chegou a ser comercializada por US$ 3 no auge da crise causada pelo derrame mundial da produção chinesa, hoje já alcança preços na casa dos US$ 14. Localizada no município de Currais Novos, a Metasa tem em suas terras, além da fábrica de ferro tungstênio que será reativada agora, a mina de scheelita que manteve operando desde sua fundação, ainda nos anos 80. A mina tem hoje uma produção que varia de 10 a 12 toneladas de minério por mês. A scheelita, que antes era comercializada bruta agora será usinada para a produção do tungstênio. Cada 1,5 tonelada de scheelita produz uma tonelada de tungstênio. Saiba mais Fruto da usinagem da scheelita, o tungstênio é um metal de larga aplicabilidade industrial. Seu nome vem do sueco tung e sten (pedra pesada). No século 17, mineiros na Saxônia (uma região da Alemanha) observaram que um certo tipo de pedra prejudicava a redução da cassiterita (um mineral do estanho). Deram a essa pedra um apelido em Alemão (wolfert ou wolfrahm). Por isso o metal é também chamado de volfrâmio e o símbolo é W. No estado puro, tem uma coloração cinza aço. É o metal de mais alto ponto de fusão e o de maior resistência em temperaturas acima de 1650°C. A temperatura de ebulição está perto da temperatura da superfície solar. O Carboneto de tungstênio (WC) é um material quase tão duro quanto diamante e usado em ferramentas para cortar metais e em brocas de perfuração. É uma das aplicações mais importantes do metal. Ele é usado ainda em contatos elétricos de elevada robustez, como componente de ligas especiais para paletas de turbinas, armamentos e outras aplicações e em filamentos para lâmpadas e válvulas e em eletrodos para solda elétrica. Foto: Carlos Santos/DN
Diário de Natal