16/05/08

Exploração de minério de ferro pode ser associada a de outros minerais (Divulgação/Vale)
Não foi á toa que a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) criou a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva Mineral. O interesse por esse setor, considerado estratégico para o desenvolvimento numa região pobre do semi-árido, pode ser mensurado pelo número de requerimentos de álvaras emitidos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que em 2007 anotou um incremento nos pedidos para pesquisar ferro, níquel, cobre, ouro e platina, sendo requeridos 907 títulos, a maioria álvaras.Em 2006, segundo pesquisa da revista “In the Mine” junto ao DNPM, foram autorizados cerca de 425 documentos, sendo 18 para ferro, 125 para cobre, 27 para níquel e 31 para platina. O Governo do Estado, através da Adece e do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico (Cede), está empenhado em incentivar a mineração no Estado. E já conta com os projetos para exploração do urânio em Itataia, em Santa Quitéria, que deverá viabilizar as usinas nucleares Angra I e II. Em associação com esse minério será obtido o fosfato cuja extração está sendo licitada pelo Indústrias Nucleares do Brasil (INB).Itataia tem reservas para 80 mil toneladas de urânio, devendo ser a segunda maior reserva do País, oito milhões de toneladas de fosfato e 300 milhões de metros cúbicos (m3) de mármore. Este último tem reservas de 800 milhões de m3 ainda a serem explorados. Outros projetos estão previstos como, por exemplo, a extração e beneficiamento de cobre, em Viçosa do Ceará, grafita em Aracoiaba/Baturité e platina, em Pedra Branca.O presidente do Cede, Ivan Bezerra, considera que a mineração é um dos setores da economia que têm melhores condições de cumprir o papel de inclusão social no sertão do Ceará. O diretor de Desenvolvimento Setorial da Adece, Eduardo Diogo, completa que o setor é estratégico e merece cuidados especiais para atingir o potencial que possui. Acrescenta que o setor pode dar uma contribuição consistente para diminuição da pobreza.Diogo não faz nenhuma estimativa sobre o potencial do minério de ferro existente no Estado. Apenas afirma que é “bastante significativo e que estará definido no prazo de até um mês”. O presidente da Adece, Antônio Balhmann, antecipou na última quarta-feira, durante debate na Assembléia Legislativa, que a expectativa é que o Estado possa ser responsável por toda a cadeia produtiva da siderurgia. Tudo isso fundamentado na possibilidade da exploração do minério de ferro recém-descoberto na região dos Inhamuns ( em fase de pesquisa para confirmação do potencial). O POVO apurou que além da região de Inhamuns o minério está sendo pesquisado em Tejuçuoca, Sobral, Chaval/Barroquinha.

O Povo – CE