27/06/08

CELSO MARTINSREPÓRTERRepresentantes de 28 entidades ambientalistas e da sociedade civil organizada entregaram, ontem, um manifesto à direção do Parque Estadual Serra do Rola Moça contra a possibilidade de liberação de exploração da área no entorno da reserva por uma mineradora. A proposta de permitir a mineração foi aprovada pelo Conselho Consultivo do parque, que abrange os municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Brumadinho e Ibirité. Apesar de não haver uma data definida para o início das atividades, os manifestantes temem prejuízos ambientais na unidade de conservação, tem área de 3,9 mil hectares.As entidades que assinam o manifesto são as mesmas que lutam pela reprovação de um projeto de lei que propõe a redução do território do parque em 6,5 hectares. O projeto tramita na Assembléia Legislativa. No documento entregue ontem, os ambientalistas destacam a importância do Rola Moça, formado por campos rupestres, matas de transição de Cerrado e Mata Atlântica, além de mananciais que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Destacam ainda que o parque é habitat de animais em extinção, como o lobo-guará, a jaguatirica e mais de 200 espécies de pássaros.«O entorno de uma unidade de conservação é onde as atividades humanas estão sujeitas às normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a reserva», afirmou Letícia Aparecida da Rocha, representante da Comissão Pastoral da Terra. De acordo com o plano de manejo do parque, é «necessária a incorporação dessas áreas no entorno, em caráter de urgência, para regularização fundiária».A assessoria de imprensa a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que a área que seria explorada fica próximo ao distrito de Casa Branca, em Brumadinho, onde há um passivo ambiental deixado por uma mineradora que faliu. A empresa interessada em explorar a região ficaria responsável por reparar todos os danos em troca do direito de fazer a exploração minerária.Ainda de acordo com a Semad, o Conselho Consultivo do Rola Moça tem a participação de entidades ambientalistas e de moradores da região, «que tiveram acesso a todas as informações sobre a retomada da exploração da região».Pela proposta, a área seria incorporada ao Rola Moça depois do encerramento das atividades, o que, conforme afirmou o conselho na decisão, seria um ganho ambiental para o Estado.Para a empresa começar a atuar no entorno do parque, precisa entrar com pedido de licenciamento ambiental e ter sua proposta aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

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