Magnesita verticaliza produção para conter custos
20/06/11
Indústria investe R$ 300 milhões.
A Magnesita Refratários S/A, com planta em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), adotou a verticalização como estratégia em meio aos aumentos significativos de preços dos principais insumos utilizados na produção de refratários, conforme informou o Chief Financial Officer (CFO) da companhia, Flávio Barbosa. A empresa mantém um plano de investimentos da ordem de R$ 300 milhões na produção de matériasprimas, como o sínter de magnesita e grafita.
No período pós-crise financeira, a exemplo do minério de ferro, os preços das matérias-primas dobraram no mercado internacional. De acordo com o executivo, a maior fornecedora destes insumos é a China. O sínter de magnesita, por exemplo, era comercializado entre US$ 290 e US$ 300 a tonelada até o início de 2010. Atualmente a mesmo quantidade do insumo é negociada por até US$ 600. Já a grafita passou de US$ 700 a tonelada para preços entre US$ 1.300 e US$ 1.500, alta de até 114% no período.
Para reduzir a dependência do mercado internacional atualmente instável, Barbosa afirmou que a estratégia é verticalizar a produção da Magnesita. “Nós aceleramos os nossos investimentos”, disse. No caso da grafita, a empresa está investindo R$ 80 milhões em suas jazidas em Almenara, no Norte de Minas.
De acordo com ele, o empreendimento está em fase de projeto e licenciamento ambiental. A expectativa é obter as licenças até o final de 2011 e começar as obras no início do próximo ano. As operações deverão ser iniciadas até o final de 2012. A produção deverá alcançar 40 mil toneladas/ano. O maior investimento será feito em Brumado (BA). A companhia anunciou aportes de R$ 220 milhões nas jazidas localizadas no município baiano.
Custos – As inversões possibilitarão adicionar uma capacidade de 120 mil toneladas de sínter de magnesita produzidas pela companhia. Juntos, os dois projetos irão contribuir para até 85% de verticalização, com redução expressiva no custo de matérias-primas e assegurando uma cadeia de suprimento mais confiável.
A elevação dos custos com os insumos utilizados pelo segmento ocorre em um momento em que os preços dos refratários ainda não recuperaram os níveis verificados antes da eclosão da crise financeira. De acordo com Barbosa, o segmento enfrentou o mesmo ciclo dos produtores de aço, que verificaram uma elevação na oferta de produtos, levando a uma recuperação lenta dos valores negociados no mercado internacional. “Hoje temos um ambiente competitivo”, afirmou.
Apesar disso, o executivo afirmou que o mercado está aquecido impulsionado pela demanda do setor siderúrgico que vem recuperando os níveis de produção. A Magnesita, por exemplo, opera com 80% da capacidade instalada global de 1,4 milhão de toneladas de refratários atualmente.
Segundo ele, a planta em Contagem também opera nesses patamares. A unidade mineira, voltada para o mercado interno e plataforma de exportação para alguns mercados, como a América do Sul, possui capacidade instalada de 800 mil toneladas/ano de refratários.
Prensas – Com o mercado aquecido, Barbosa informou que a empresa irá investir na aquisição de duas prensas para aumentar a capacidade em 30 mil toneladas/ano. “Temos uma estrutura que não torna necessária a construção de uma nova planta”, afirmou. Um dos equipamentos deverá ser instalado em Contagem e outro em uma das unidades na Europa. O total a ser investido não foi informado.
Conforme último balanço divulgado, a Magnesita fechou o primeiro trimestre deste ano com lucro de R$ 21,796 milhões, o que significa um aumento de 44,3% na comparação com os R$ 15,105 milhões apurados no mesmo período de 2010.
Diário do Comércio