Lucro do Bradesco aumenta 28% no primeiro semestre
07/08/07
Maior banco privado do País anuncia faturamento de R$ 4 bilhões nos seis primeiros meses do ano O Bradesco fechou o primeiro semestre do ano com um lucro líquido de R$ 4 bilhões, valor 28% superior ao verificado em igual período do ano passado. O resultado é o maior já registrado por um banco privado no Brasil no período de janeiro a junho nos últimos 20 anos, segundo levantamento feito pela Economática com as instituições de capital aberto. O presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, atribuiu o aumento do lucro ao bom momento da economia nacional, que exigiu recuperação importante dos negócios e investimentos. O principal termômetro desse cenário benigno é a evolução do crédito, que hoje representa 32% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa, diz o executivo, é de que ao fim do ano essa participação atinja 34,3%. ?No Bradesco, as operações de crédito evoluíram de forma significativa por causa da queda dos juros e pela expansão dos prazos?, diz Cypriano. Em 12 meses, a carteira de crédito (incluindo avais e fianças) da instituição evoluiu 22,9% e atingiu R$ 130,82 bilhões. O melhor desempenho foi verificado no portfólio das pequenas e médias empresas, com crescimento de 26,2%. Em seguida, aparecem as operações voltadas para pessoas físicas, cujo avanço foi de 21,9%. Uma das surpresas foi a carteira de grandes empresas. Com a melhora do mercado, as companhias haviam optado pelo mercado de capitais para se financiar. Mas os números mostram um retorno desses clientes por empréstimos bancários. No primeiro semestre, a carteira de grandes empresas do Bradesco cresceu 21,7%, para R$ 47,1 bilhões Segundo Cypriano, o desempenho deve-se ao aquecimento de setores como transporte público, mineração, construção civil e agronegócio. Essa melhora permitiu uma revisão das taxas de crescimento da carteira de crédito. Até o trimestre anterior, a expectativa era de que as operações registrassem aumento entre 20% e 25%. Os porcentuais foram revisados para entre 21% e 27%. A revisão ocorreu especialmente pela melhora na carteira de grandes empresas, que agora devem crescer entre 19% e 24%. A previsão anterior era entre 17% e 22%.Os índices de inadimplência estão estáveis em 3,6% desde dezembro, mas ligeiramente acima do primeiro semestre de 2006, de 3,4%. ?Quando você aumenta o crédito, também aumenta a inadimplência. Mas não vejo nenhum movimento de piora dos números, até porque o emprego e a renda estão melhorando?, diz Cypriano. Ele acrescenta que o banco tem feito grandes investimentos em ferramentas para enfrentar com qualidade o crescimento do crédito. Além da carteira de crédito, o setor de seguros, previdência e capitalização contribuiu de forma significativa para o crescimento do lucro. Dos R$ 4 bilhões, R$ 1,2 bilhão veio dessa área. No semestre, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido atingiu 36,3%, número superior ao verificado no mesmo período do ano passado, de 34,3%. O índice de eficiência melhorou de 43,2% para 42%. Neste caso, quanto menor o número, melhor a eficiência da empresa.Durante a apresentação dos resultados, Cypriano afirmou que o banco prevê a abertura de 2,5 milhões de novas contas neste ano. Segundo ele, até junho, já haviam sido abertas 1,1 milhão de novas contas correntes. Isso deve contribuir para o aumento das receitas de serviços. No primeiro semestre, o aumento dessa conta foi de 25,1%, para R$ 5,17 bilhões. Outro ponto destacado por ele são os investimentos em tecnologia para melhorar a operação da instituição. Segundo ele, o Bradesco fechou a compra de 50 mil computadores VPro para substituir os equipamentos de sua rede de agências. A aquisição representa a troca de metade do parque de PCs do banco. A ação faz parte do Projeto TI Melhorias, que teve início em 2003, envolve 28 projetos diferentes e vai consumir R$ 1,3 bilhão até 2009. Os recursos não estão incluídos no investimento anual que o banco faz em infra-estrutura, informática e telecomunicação. ?Preparamos o banco para as próximas décadas e esse arrojado projeto visa revigorar a tecnologia dos negócios?, afirma Cypriano. Londres O Bradesco planeja abrir a primeira unidade de sua subsidiária Banco Bradesco de Investimento (BBI) em Londres, na Inglaterra. Segundo José Luiz Acar, vice-presidente do Bradesco, a operação ainda precisa de autorização do Banco Central, mas o início das atividades está previsto para 90 dias. Direcionada às atividades de mercado de capitais, a unidade do BBI visa a intermediar operações de investidores europeus no mercado primário (emissão de novas ações) e secundário (papéis já existentes) no Brasil, tanto em renda fixa quanto em variável. O alvo são os investidores institucionais. foto: Agência Estado
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