Lei canadense favorece a Vale na luta pela Inco
07/11/06
A Companhia Vale do Rio Doce poderá, com base na Canadian Business Capital Act (a Lei das S.A.s canadense), induzir os acionistas da Inco que ainda não aderiram à sua oferta de compra de 86 dólares canadenses por ação. Dessa forma, a mineradora finalmente terá 100% da companhia e poderá fechar seu capital. A lei canadense permite que, no processo de incorporação da Inco, as ações não ofertadas possam ser transformadas de ordinárias em preferenciais, sem direito a voto. Diante desta “escolha de Sofia”, o acionista da Inco não deverá titubear em ofertar seu papel à Vale.
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Segundo apurou o Valor, a assembléia para apreciar a proposta da incorporação da Inco à Vale será realizada ainda este mês. Na ocasião, a mineradora brasileira poderá aplicar a lei canadense e tentar quebrar a resistência dos acionistas mais recalcitrantes da Inco, que detêm ainda 33,9 milhões de ações da produtora de níquel. Até sexta-feira, data final da segunda oferta de compra feita pela Vale, a brasileira havia adquirido 196.078.276 ações, ou 86,57% do capital da Inco, que ao todo possuía 230 milhões de ações ordinárias.
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Ao adotar este procedimento, a Vale pode transformar as ações que faltam para comprar em preferenciais. Com esta alteração, as restantes ordinárias deixam de existir e a Vale alcança sua meta de deter os 100% do capital votante. Para o analista da corretora Ativa, Guilherme Marins, a Vale ainda não conseguiu todo o capital da Inco porque o restante a ser ofertado está muito pulverizado.
Valor Econômico