Lançada na EXPOSIBRAM nova rede de financiamento para projetos de mineração
07/10/21
O setor mineral brasileiro ganha uma nova rede de financiamento. Foi apresentado na EXPOSIBRAM 2021 o Invest Mining. A rede é fruto de uma união inédita de organizações das esferas pública e privada, com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios na mineração e promover as boas práticas de sustentabilidade, governança e cuidado social. Regido por um estatuto, a rede está aberta à adesão de mais entidades interessadas em participar desse marco, que traz uma mudança fundamental na cultura de investimento em mineração no Brasil.
Fazem parte da rede de financiamento, organizações públicas e privadas. Pela iniciativa privada participam: Bancos; Fundos; Gestores de ativos e Bolsas; representantes da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM); Conselho Temático de Mineração (COMIN) da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB); Câmara de Comércio Brasil-Canadá (BCCC, sigla em inglês); e Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Pelo setor público participam: a Agência Nacional de Mineração (ANM); o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral (SGM) do Ministério de Minas e Energia (MME).
Para saber mais sobre o que foi debatido neste painel assista à gravação no ambiente virtual da EXPOSIBRAM. É só fazer a inscrição gratuita.
Oportunidade para mineradoras de portes diferentes
De acordo com o Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Pedro Dias, a rede surge “do encontro entre o conhecimento sobre mecanismos de financiamento e o conhecimento sobre os processos de mineração e a possibilidade de avanço da mineração sustentável e moderna no Brasil”. Para ele, o grupo é uma oportunidade de alavancar e ampliar os projetos de mineração, tanto para grandes empresas, como para pequenas e médias.
Inicialmente, a rede de financiamento atuará em quatro frentes. A primeira é dedicada ao Hub de Projetos, área responsável por congregar projetos de mineração e facilitar a captação de recursos. A segunda frente tem o objetivo de apresentar e oferecer os mecanismos de financiamento, não só ao expor as opções atuais, como também construir um canal para o desenvolvimento de novas soluções. A frente três é voltada para incentivar a implementação das boas práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança). E, por fim, a quarta frente será focada em aprimoramento de processos e regulação, com foco em aplainar os caminhos para que os investimentos na mineração aumentem.
O chefe de Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do BNDES, Flávio Mota, aproveitou o painel “Rede de Financiamento para a Mineração”, na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM) 2021, que marcou o lançamento do Invest Mining, para tratar sobre novidades de financiamento oferecidas pelo banco de desenvolvimento. O crédito ESG é uma novidade com foco em promover uma mineração moderna, sustentável e responsável. “Essa modalidade traz a possibilidade de a empresa obter redução da sua taxa final, assim que cumprir as metas de ESG”, explicou. Trata-se de um crédito livre de até R$150 milhões por projeto. A empresa que fizer este financiamento terá 24 meses para utilizar o recurso e um prazo de 8 anos para quitação, com dois anos de carência. Além disso, o tomador do empréstimo precisa cumprir com três contrapartidas: elaborar e apresentar um relatório de sustentabilidade, apresentar uma política de responsabilidade e incorporar um projeto de educação e diversidade. A Taxa de remuneração do BNDES é de 1,5% ao ano.
Sobre esta modalidade, o Presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilson Brumer, destacou a importância do BNDES em auxiliar as empresas a cumprirem com as exigências de mercado e da sociedade voltadas às questões ambientais, sociais e de governança. “Entendo que ao abrir essa rede de financiamento e ao dividir em vários aspectos, e trazer médias empresas, seja para sua atualização e também preparação dessas empresas para essa nova agenda que o mundo e os clientes demandam, o apoio de financiamento do BNDES será fundamental”, ressaltou.
Pesquisa e expertise
O Gerente Executivo da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), Miguel Nery, reforçou a importância da rede de financiamento para a promoção da pesquisa geológica, que costuma afastar investidores por ter alto risco. Ele indicou que já existem projetos na linha de ampliar os recursos para essa área. “Pensamos em novos mecanismos de financiamento, imaginando a possibilidade de discutirmos também estímulos à pesquisa e inovação, assim como a criação de um fundo de desenvolvimento tecnológico”, afirmou.
De acordo com o Diretor Geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Hugo Bicca, a iniciativa está completamente alinhada com os objetivos da agência. “Esta rede de financiamento para a mineração é uma espécie de coroamento do trabalho que vem sendo feito. É como se fosse um esforço deste governo no sentido de criar um ambiente necessário para as pesquisas que tangem a geologia”, disse.
E para estreitar ainda mais as relações do setor mineral brasileiro e canadense, a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (BCCC, sigla em inglês) adere ao fundo com o objetivo de compartilhar a expertise do país líder em mineração na área de negócios.
“No ranking anual das 30 empresas que melhor performaram na TMX (bolsa de valores de Toronto) no último ano, 14 são da mineração. O Canadá é líder mundial na indústria de mineração, incluindo os avanços na tecnologia voltada à mineração. As vantagens competitivas do Canadá incluem mercado aberto para negócios, transparência na publicação de projetos, infraestrutura adequada, jurisdição clara e transparente, e regime regulatório que compromete o Canadá com meio ambiente e com a população indígena”, destacou a CEO da BCCC, Carolina Albernaz.
Patrocinadores
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