Junior companies de olho no setor de ferro e manganês
30/04/10
Tradicionais no segmento ouro, as “junior companies”, como são conhecidas as pequenas empresas de exploração e pesquisa mineral, já começam a olhar para o setor de minério de ferro e manganês. A mudança tem como pano de fundo a disparada no preço do insumo, que tornou viáveis economicamente alguns projetos antes descartados.
Sócio de uma empresa especializada em pesquisa e desenvolvimento de projetos de exploração mineral, a Ad Hoc Consultores Associados, Luciano de Freitas Borges conta que hoje as “junior companies” estão ativas na busca de minas de ferro e manganês. “O mercado está anêmico, precisando de ferro na veia”, brinca o executivo. Até por isso, ressalta, os geólogos estão trabalhando para suprir essa procura do mercado. “Recentemente uma empresa comprou por US$ 25 milhões uma área de minério de ferro a 40 quilômetros de um porto, com 1,6 bilhão de toneladas descobertas por um sucateiro”, afirmou Borges, fazendo mistério sobre os envolvidos na negociação.
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Borges reclama, no entanto, da falta de investimentos em pesquisa mineral no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) mostram que o Brasil respondeu por apenas 3% de todo os US$ 7,3 bilhões destinados à pesquisa mineral no mundo inteiro no ano passado. Já o Chile representa 5% dos gastos totais nessa área. O país que mais investe em pesquisa é o Canadá, que gasta US$ 16%.
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O presidente do Ibram, Paulo Camilo, faz eco às reclamações do consultor. “Precisamos urgentemente de uma política de Estado com investimentos em levantamento geológico”, concluiu.
O Estado de São Paulo