IPO da Casa de Pedra valoriza ação da CSN
06/06/07
A prometida abertura de capital da mina de ferro Casa de Pedra, que pertence à Cia. Siderúrgica Nacional (CSN), ainda não saiu do papel. Mas as ações da siderúrgica da família Steinbruch têm se beneficiado da expectativa que se criou em torno da operação e subiram 64,47% no ano – na última sexta-feira, atingiram seu recorde. São de longe as ações que mais se valorizaram entre as produtoras de aço brasileiras no ano, dando à CSN uma moeda mais forte no jogo da consolidação do setor. O valor de mercado da empresa saiu de R$ 17,5 bilhões para R$ 28 bilhões.
Na semana passada, o controlador da companhia, Benjamin Steinbruch, voltou a afirmar, em um evento, que a oferta de ações sairá durante o terceiro trimestre. Banqueiros de investimento, porém, vêem dificuldades para se viabilizar a abertura de capital no cenário atual. A mina não tem registrado faturamento, a não ser do produto consumido pela própria CSN, por conta de discórdias com a Companhia Vale do Rio Doce. O obstáculo não é o direito de preferência que a Vale tem sobre o excedente de minério, mas sim a falta de receita, que poderia ter qualquer origem. CSN e Vale estão no meio de um processo de arbitragem para definir o local de entrega de um megacontrato de compra de 54,7 milhões de toneladas de ferro. Enquanto isso, uma montanha de 8 milhões de toneladas do minério já deixou de ser faturada. A CSN evita fechar novos contratos antes do desfecho da arbitragem, previsto para ocorrer em 60 dias.
Valor Econômico