Investimentos em qualificação de mão-de-obra crescerão até 2012
26/11/08
A enxurrada de mais de R$ 53,5 bilhões em investimentos públicos e privados até 2012 vai gerar uma demanda de mão-de-obra qualificada de mais de 110.650 trabalhadores. Quase todos devem ser absorvidos pela indústria de transformação e pelos grandes projetos de mineração. Sem esse contingente, tornam-se impossíveis as empreitadas bilionárias que devem deslanchar a economia do Estado nos próximos anos. Para dar contornos reais às expectativas, já estão sendo treinados e qualificados profissionais para responder essa demanda. Serão mais de 70 mil vagas em cursos profissionalizantes, viabilizadas com a iniciativa da sociedade civil organizada em parceria com o poder público.
A Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e a Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Renda (Seter) recentemente assinaram um aditivo no convênio firmado em 2007 para qualificar mais 28 mil técnicos em todo o Estado, abrangendo também administradores e gestores das indústrias paraenses. A parceria já tem como resultado mais de 17 mil pessoas prontas para o mercado de trabalho.
Em um prognóstico completo sobre as necessidades e o que será feito nos próximos anos, o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) da Federação aponta para onde vão os investimentos em qualificação e quais regiões paraenses mais beneficiadas com os programas de treinamento profissional. A estimativa é que sejam priorizadas a Região Metropolitana de Belém, com expectativa de oferta de qualificação para 24.669 pessoas; a região de Carajás, o maior pólo mineral do Estado, a qual deve ter 38.765 vagas de cursos técnicos; e a região do Tapajós, com 7.048 vagas ofertadas.
A espectativa é qualificar trabalhadores para as áreas de gestão, técnica e administrativa. Somente no municípios de Carajás devem ser treinados gestores, 31.645 técnicos e 6.329 trabalhadores para se encaixar no quadro administrativo dos empreendimentos da região. Em Belém, serão 503 profissonais treinados para gestão, 20.138 para cargos técnicos e 4.027 administrativos. No Tapajós, a próporção é de 144 formados nos treinamentos de gestão, 5.754 no setor técnico e 1.151 para administração.
Somente as empresas mantenedoras do PDF da Fiepa devem investir mais de R$ 28,5 milhões no Estado e precisar de 44.900 trabalhadores em todas as áreas para dar conta de projetos, principalmente, do setor mineral, como o Projeto Bauxita III, em Paragominas da Vale; o Alumínio e Usina Termelétrica de Barcarena; a Expansão da produção de ferro, o Projeto 118, o Níquel do Vermelho, a Serra Leste, a Serra Sul, o Corredor Norte e Projeto Salobo; projetos da Vale, no sudeste do Pará; abertura de Novas Minas em Trombetas da Mineração Rio do Norte; e a nova Siderúrgica da Vale em Marabá.
Ainda há previsão de outros grandes projetos de empresas mineradoras como Xstrata, Anglo American, Votorantim Metais, Rio Tinto entre outras. Juntos, os empreendimentos devem concentrar investimentos na ordem de U$ 14.209 bilhões, o que corresponde a uma demanda de 27.850 pessoas com conhecimentos específicos em todas os setores da produção. A Fiepa considera ainda as obras de infra- estrutura, referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), também grandes impulsionadoras da oferta de empregos no Estado. O governo federal vai investir mais de U$ 10,8 bilhões, gerando a necessidade de 37.900 trabalhadores, desde o nível operacional até os cargos de gestão.
No Programa de Qualificação de Mão-de-obra, coordenado pelo PDF da Fiepa, consta o destaque dos investimentos feitos pela Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Renda (Seter). Um deles, o programa Bolsa Trabalho, já cadastrou 50 mil jovens em 70 municípios de todas as regiões do Pará. No primeiro ano, as ações têm como resultado mais de 20 mil jovens qualificados. Os cursos ofertados são selecionados com base em pesquisas sobre as necessidades do mercado de trabalho em cada município. O Programa também é responsável pelo encaminhamento de trabalhadores para o mercado, os quais são indicados pelas agências de emprego do Pará, espalhadas em mais de 30 municípios.
O Liberal – PA