Investimento em Barro Alto
31/01/07
Empresa vai aplicar R$ 20 milhões em jazida para exploração de bauxita no município
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31/01/2007
Pablo HernandezDa editoria de EconomiaA cidade goiana de Barro Alto, 240 quilômetros da Capital, deve receber R$ 20 milhões em investimentos da mineradora Curimbaba, que irá explorar uma jazida de bauxita no local. A empresa já conseguiu alvará de lavra, teve aprovado o projeto para o Departamento Nacional de Produção Mineral (PNPM) e só aguarda a liberação por parte da Agência Ambiental para começar a construir a estrutura da mina. ?A expectativa é de que em oito meses o projeto ambiental possa ser aprovado?, afirma Arnaldo Curimbaba, um dos proprietários da mineradora. Acompanhado de assessores, ele se reuniu ontem à tarde com o secretário da Indústria e Comércio, Ridoval Chiareloto, para apresentar a proposta. Inicialmente, a intenção é começar as atividades com um projeto piloto a partir do segundo semestre de 2008. Em três anos a exploração deve ter início. ?Esta primeira etapa de instalação da mineradora deve representar cerca de 200 empregos diretos e 100 indiretos, nas áreas de mineração, processamento e transporte?, conta Arnaldo. Caso as pesquisas geológicas demonstrem que a jazida tem um potencial maior ainda de exploração, o projeto será ampliado. ?Aí pode chegar a 1.500 empregos?, completa. A bauxita é um minério usado como matéria-prima para a produção de alumínio. O Brasil é país exportador do produto, com 80% da produção destinada ao mercado externo, principalmente para EUA e Rússia. Desta porcentagem, a mineradora Curimbaba, que pretende se instalar em Barro Alto, é a responsável por 70% das vendas. Atualmente, ela está instalada em Poços de Caldas (MG), onde há 60 anos explora jazidas de bauxita. ?Já investimos R$ 300 milhões lá?, lembra Arnaldo. A bauxita encontrada em Barro Alto é especial. Segundo o geólogo Mario Uchôa, assessor da mineradora, ela é única em todo o mundo. ?A qualidade da rocha mãe é incrível?, diz. Para se ter uma idéia do potencial da jazida, normalmente são encontradas rochas com 4, 5 metros de espessura, em Barro Alto, elas têm 9 metros e podem chegar a 40. ?É um altíssimo teor de alumínio?, aponta Uchôa. Pela pesquisa prévia feita pela mineradora, o montante de bauxita que pode ser explorado deve ser de 10 milhões de toneladas.O alumínio extraído da cidade goiana deve ser processado e beneficiado no próprio Estado. De acordo com Gabriel Warwick Kerr de Paiva, assessor técnico da mineradora, a empresa não trabalha no mercado metalúrgico. ?95% são destinados a produtos como esmeril, lixas e abrasivos?, afirma. Uma das utilizações é em poços de petróleo e gás para estimular a retirada destes produtos. O alumínio também é usado nas usinas de álcool. O geólogo Mario Uchôa conta que atualmente o alumínio mantém o preço estável no mercado externo. ?A China começou a produzir e há um excedente; a partir de 2011 deve melhorar o panorama?, conta. Na reunião, Chiareloto apresentou à comitiva da mineradora o potencial do Estado para receber novos investimentos. ?Vamos tentar conseguir que o projeto seja aprovado em menos de oito meses?, comentou. Em seu projeto, a mineradora acrescentou medidas de responsabilidade social. Em Poços de Caldas, ações deste tipo já são feitas. ?Já plantamos oito milhões de árvores na região?, conta Arnaldo. Investimentos ? Outras duas mineradoras também têm projetos na cidade de Barro Alto. O contrato para instalação da Anglo American foi assinado em dezembro de 2006. O investimento de US$ 1,2 bilhão será a maior aplicação privada feita em Goiás e duplicará a produção mundial de ferroníquel, com aproximadamente 90 mil toneladas por ano em 2011.Volume que tornará o País o primeiro no ranking de exportadores de níquel. A outra é a CBA (Companhia Brasileira do Alumínio), que também já apresentou um projeto com investimentos previstos de R$ 40 milhões.
Diário da Manhã