Indústria Mineral do Pará ferou empregos mesmo com crise em 2009
24/03/10
Um investimento de quase 40 bilhões é esperado pela Indústria Mineral do Pará até 2014. Esse foi o número divulgado pelo Sindicato das Indústrias Minerais do Pará (Simineral) na quarta-feira, 10.; De acordo com Eugênio Victorasso – presidente do sindicato que foi criado em 2007, por iniciativa das empresas Vale, Alcoa, Mineração Rio do Norte, Imerys Rio Capim Caulim e Cadam/PPSA -, a queda de 22% na exportação mineral em 2009 não foi condição suficiente para reduzir as expectativas de produção, geração de empregos e investimentos do setor mineral no Pará.
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Apesar dos efeitos negativos da crise econômica mundial, que se agravou em 2008 e se estendeu por 2009, a indústria mineral paraense manteve-se firme, e hoje responde com um aumento nos investimentos e retomada nas contratações de trabalhadores.
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Segundo o Balanço Mineral de 2009, a cadeia produtiva mineral emprega mais de 142 mil pessoas no Pará, entre empregos diretos e indiretos. E o mais positivo é que as contratações voltaram a ocorrer a todo vapor, tanto na indústria extrativa, quanto na indústria de transformação mineral. Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego confirmam, desde julho de 2009, os sucessivos saldos positivos na geração de emprego direto no setor.
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Segundo Eugênio, a partir do segundo semestre de 2009, observou-se a recuperação do setor extrativo e de transformação mineral na medida em que o saldo do emprego voltou a ser positivo. “A crise econômica internacional, que se agravou a partir de setembro de 2008, afetou o sistema financeiro internacional, reduzindo o crédito e, consequentemente, a demanda e as expectativas de investimento no mundo inteiro”, afirma.
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O Balanço Comercial Mineral divulgado pelo Simineral sinaliza resultados positivos. Entre os principais produtos exportados pela indústria extrativa mineral do Pará está o ferro, que continua em destaque, com maiores quantidades exportadas em 2009, apesar da crise mundial.
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“Especificamente no Pará, os efeitos da crise proporcionaram uma queda na exportação mineral do estado, porém, as consequências não foram piores em decorrência da elevada produtividade das minas paraenses, vantagem da localização do estado e alto teor mineral das jazidas”, analisa Eugênio.
Ainda segundo o levantamento, o principal destino da exportação paraense continua sendo a China, que teve o crescimento em importação de mais de 100%. Já os principais destinos exportadores não tiveram a mesma sorte durante a crise: Alemanha, Estados Unidos e Japão tiveram queda na importação de produtos minerais.
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Outro dado importante apresentado no balanço é a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que aumentou em cerca de R$ 5 milhões em comparação a 2008, o que significa que as empresas, mesmo no ano de crise, conseguiram manter o seu faturamento líquido.
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Eugênio Victorasso ainda ressalta a importância da indústria mineral na pauta de exportações do Pará, que juntamente com a indústria de transformação mineral, representou 85% do total das exportações paraenses no último ano. No Pará, a indústria mineral contribuiu com saldos comerciais superavitários.
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SIMINERAL – Sobre o impacto da crise no Balanço Comercial Mineral em 2009, o presidente do Sindicato diz que o setor está otimista com relação à recuperação dos mercados consumidores, na medida em que os estoques mundiais estão diminuindo, implicando em cotações minerais mais elevadas a partir da relação demanda versus oferta. “Para 2010, espera-se o início da retomada do crescimento da produção e exportação, sobretudo a partir dos investimentos previstos de US$ 25,6 bilhões pela indústria extrativa mineral até 2014”, conclui.
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Eco Amazônia