Indústria mineira cresce em julho
31/08/07
Comportamento é atípico para este período do ano e faturamento aumenta 1,25% em relação a junho A indústria mineira teve um comportamento atípico em julho, mês de quedas históricas tradicionais no nível da atividade industrial por conta do desaquecimento sazonal do período. “Este ano, observamos o contrário e o faturamento em julho cresceu 1,25%”, afirma Camila Beraldo, coordenadora da Pesquisa Indicadores Industriais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), divulgada ontem. No acumulado do ano, o faturamento da indústria mineira cresceu 11,03%. “O setor produtivo está aproveitando bem o momento de crescimento da economia brasileira. E o desempenho da indústria de Minas supera em muito a média nacional”, disse o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da entidade, Lincoln Gonçalves Fernandes. Em relação a junho, o setor de bebidas registrou crescimento de 47,12%, sendo o maior destaque de julho. O segmento foi acompanhado pelo de minerais não metálicos (9,03%) e material de transportes (6,16%). No acumulado do ano, além desses três setores, a expansão foi puxada pela indústria de celulose, papel e papelão (14,22%). “O aumento no setor de bebidas teve influência das férias escolares e do calor”, justifica a economista da Fiemg. Para o superintendente do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais, Cristiano Lamego, o faturamento expressivo no setor se deve ao aumento da renda da população e aos investimentos na indústria de bebidas do Estado nos últimos dois anos. Quanto à expansão da indústria de minerais não metálicos, ela se deu devido ao aumento nas vendas de refratários e cerâmica para o mercado externo. O setor de material de transportes, por sua vez, foi beneficiado pelo aumento nas vendas domésticas de veículos automotores e autopeças. “No ano passado, o crescimento entre os setores foi muito desigual. Agora, ele é homogêneo, com tendência de reversão, como no caso de vestuário e artefatos de tecidos, calçados e têxtil”, informa a economista Camila Beraldo, ao apontar perdas na indústria de vestuário e artefatos de – 9,22% de janeiro a junho de 2007 e de -5,70% após o mês de julho. De acordo com a pesquisa da Fiemg, o nível de emprego e as horas trabalhadas têm acompanhado a tendência de crescimento do faturamento industrial, com um aumento de 7,58% e 5,13% no acumulado do ano, respectivamente. No resultado mensal, o incremento foi de 8,63% no emprego e de 0,15% nas horas trabalhadas. A remuneração dos trabalhadores também está melhor. Os salários subiram 9,28% de janeiro a julho e 3,38% em julho (na comparação com junho). Os maiores incrementos na remuneração ocorreram na indústria extrativa mineral (13,18%) e nos setores de celulose, papel e papelão (10,14%), material elétrico e de comunicações (8,19%) e mecânica (6,56%). Confiança empresarial na economia é a maior desde 1995 RIO DE JANEIRO ? A confiança dos empresários do ramo industrial cresceu este mês. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o Índice de Confiança da Indústria (ICI), indicador síntese da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, subiu 0,1% em agosto ante julho. No mês passado, o indicador registrou alta de 2,9% frente a junho. Para a FGV, esse resultado é considerado uma estabilidade no período. ?O resultado revela que a indústria de transformação continua aquecida e com boas perspectivas para os últimos meses do ano?, aponta a fundação. A coleta de dados foi feita entre os dias 1º e 28 de agosto. De julho para agosto, o ICC avançou de 121,7 pontos para 121,8 pontos. Recorde Os resultados dos dois meses foram muito parecidos, mas a pontuação de agosto bateu o recorde do mês passado, quando atingiu o mais elevado patamar da série histórica do indicador, iniciado em abril de 1995. Essa é a 11ª edição do índice, calculado com base em seis quesitos da sondagem. Na comparação com agosto do ano passado, o ICI avançou 14,2% em igual mês de 2007 ? resultado inferior à alta de 15,8% em julho, na mesma base de comparação. O indicador avançou de 120 pontos para 120,3 pontos entre julho e agosto, atingindo o maior nível da série histórica. Na comparação com agosto do ano passado, houve altas respectivas de 16,4% e de 11,9% no Índice de Situação Atual e no Índice de Expectativas, os dois componentes do ICI. Estoques Em sua análise do cenário de agosto, a FGV esclareceu que, dos quesitos integrantes do índice de confiança relacionados ao presente, o destaque foi a avaliação a respeito dos estoques. ?Entre agosto de 2006 e agosto de 2007, a parcela de empresas que avaliam o nível de estoques como insuficiente aumentou de 4% para 7%; a proporção das que o avaliam como excessivo reduziu-se de 12% para 6%. Essa é a primeira vez, desde abril de 1995, em que a proporção de empresas com estoques insuficientes supera a de empresas com estoques excessivos?, detalhou a fundação, em comunicado. No âmbito do Índice de Expectativas, a FGV informou que a maior evolução ocorreu nas previsões relativas à produção: das 1.095 empresas consultadas, 50% prevêem elevação da produção nos próximos três meses e apenas 4% redução. Em agosto de 2006, essas parcelas eram, respectivamente, de 39% e 13%. (Agência Estado)
O Tempo