Incorporação da Inco à Vale é aprovada
04/01/07
Mineradora torna-se subsidiária integral e mudará nome para CVRD Inco LimitedDANIELE CARVALHODO JORNAL DO COMMERCIOOs acionistas da mineradora canadense Inco aprovaram ontem, em Assembléia Geral Extraordinária realizada em Toronto, Canadá, a operação de incorporação da empresa pela Itabira Canada, subsidiária integral da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Com a operação de aquisição concluída, a Inco torna-se também subsidiária integral da empresa brasileira e mudará seu nome para CVRD Inco Limited (CVRD Inco). A Vale já assumiu o controle da Inco e tem em seu poder, atualmente, cerca de 87,8% das ações da empresa. Para adquirir a canadense, a Vale teve de desembolsar US$ 17,8 bilhões, o maior negócio já feito no mercado de mineração.A estimativa é de que a nova empresa já esteja operando a partir de hoje. De acordo com informações da Vale, já foi solicitado o cancelamento da listagem das ações da Inco na Toronto Stock Exchange, a bolsa de valores local. A Inco deve suspender suas obrigações de informar a U.S. Securities and Exchange Comission (a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) a partir de amanhã. Está também solicitando a eliminação de suas obrigações de “reporting issuer” (relatórios financeiros) de acordo com a lei de mercado de capitais canadense. Além da Vale do Rio Doce, disputaram a aquisição da Inco a canadense Teck Cominco e a americana Phelps Dodge , ambas com ofertas que combinavam troca de ações e pagamento em dinheiro. Em relação ao preço oferecido por ação, a primeira empresa ofereceu 84,25 dólares canadenses e, a segunda, 86,84 dólares canadenses. A oferta de compra pela Inco ocorreu no dia 11 de agosto e foi considerada não-solicitada, ou hostil. A empresa brasileira foi a única a manter a oferta de compra de 100% das ações em cash. Para fazer o investimento, a Vale contratou um empréstimo-ponte, no valor total de US$ 18 bilhões, em sindicato composto por 37 bancos. Além disso, a empresa anunciou a emissão de R$ 5 bilhões em debêntures. O presidente da empresa, Roger Agnelli, afirmou, no entanto, que a reestruturação da dívida, priorizando seu alongamento, permitirá que o empréstimo seja pago em prazo de três anos. Além disso, a empresa também está vendendo ativos menos rentáveis, como sua participação na siderúrgica argentina Siderar, anunciado na semana passada. Com a aquisição da Inco, a Vale saltaria, em outubro, para valor de mercado estimado de US$ 71,5 bilhões, atrás da australiana BHP Billinton, de US$ 72,91 bilhões. A empresa deixa para trás a Anglo-American, com US$ 67,4 bilhões e a Rio Tinto, US$ 56 bilhões. Quando avaliada o valor de mercado da empresa mais sua dívida líquida, a empresa brasileira sai do quarto lugar para o segundo lugar (US$ 77 bilhões), perdendo para a BHP Billinton, com US$ 135,3 bilhões.
Jornal do Commércio – RJ