IBRAM lança estudo Panorama da mineração em Minas Gerais, feito pela FGV
09/08/16
O estudo inédito Panorama da mineração em Minas Gerais, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, foi lançado nesta segunda-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM, pelo Sindicato da Indústria Mineral de Minas Gerais, pelo Sindicato Nacional da Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Sinferbase). O relatório sobre o setor foi apresentado em entrevista coletiva no Museu das Minas e do Metal, no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
?Os dados apresentados no estudo qualificam e enriquecem as discussões econômicas. Mas, pela primeira vez, a mineração foi estudada também com foco em seus vários aspectos?, destacou o coordenador de projetos da FGV, Márcio Lago Couto. De acordo com a diretora de gestão acadêmica da FGV, Maria Alice Lemos, o Panorama da mineração foi construído a partir de dados públicos, disponibilizados por várias fontes, entre elas, o IBGE, DNPM e o próprio Ibram. ?Chegamos a um trabalho que retrata o setor nos aspectos econômico, demográfico, geográfico, histórico e ambiental da mineração em Minas Gerais?.O estudo aponta que 66% da produção de minério de ferro do Brasil estão concentradas em Minas, que também é responsável por 45% do ouro extraído no país. Cinquenta por cento das exportações de produtos minerais do estado são de minério e, desse montante, 99% são de minério de ferro. ?O estudo é muito rico e mostra o retrato do setor e suas várias dimensões, não somente a econômica?, garante Maria Alice.
É inegável a importância do setor para o estado, onde contribui com 8% da formação do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados de 2013. Segundo o presidente do Ibram e do Sindiextra, Fernando Coura, Minas Gerais tem o ciclo completo da mineração, desde a extração até a transformação. ?Para cada emprego gerado na base, que é a extração, outros 13 são gerados na cadeia da mineração, até chegar à transformação?, garante Coura.
De acordo com ele, o Panorama da mineração servirá de base para que os agentes públicos e empresas privadas nele se baseiem para fazer uma mineração cada vez mais saudável. Segundo Coura, o impacto da crise econômica atual é menor no setor da mineração do que a de 2008, já que os projetos das empresas estão sendo mantidos, com readaptação e muita aplicação de tecnologia, que possibilita o aproveitamento cada vez maior dos minerais. Com relação ao código de mineração, Coura mostrou-se meio cético sobre sua aprovação. ?Foi criada expectativa, debatemos o código, mas ele não foi para a frente. O Brasil precisa de alguns eventos políticos, como as reformas trabalhista, da previdência, tributária, limitação de gastos públicos. O marco regulatório é importante para o setor, mas não para a sociedade. No entanto, ele não é impeditivo para o crescimento do setor. O que precisamos é de segurança jurídica?, salientou Fernando Coura.
O ministro das Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho, participou da cerimônia de lançamento do Panorama da mineração em Minas Gerais. Em entrevista coletiva, ele destacou que o governo interino está buscando alternativas para acelerar a tramitação do marco regulatório, no Congresso Nacional. No entanto, adiantou que o projeto não deverá ser votado antes das eleições municipais de outubro. ?A falta de definição do marco regulatório atrapalha o setor da mineração. Vamos debater o que ainda não é consenso porque o papel do governo é criar alternativas para o setor criar emprego e renda?.
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Jornal Tudo BH