IBRAM diz que Brasil deve considerar expansão da mineração uma questão de soberania nacional
09/05/24
Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, também defende projeto político para a mineração brasileira definir seus rumos, superar desafios, evoluir e se posicionar no esforço pelo desenvolvimento nacional.
Expandir a produção mineral, com base em políticas públicas e por meio da indústria, de modo a atingir a condição de segurança mineral, ou seja, assegurar oferta suficiente para atender às demandas, deve ser considerada uma questão de segurança nacional pelo Brasil. É a avaliação de Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, inspirado pelos EUA, que assim o fazem, segundo informa Matthew Lowe, Conselheiro Econômico da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Jungmann considera que tanto o Estado brasileiro quanto o próprio setor mineral devem agir para superar gargalos e acelerar a expansão sustentável, segura e responsável da mineração.
Lowe e Jungmann participaram, neste 8/5, do painel de encerramento do Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos, organizado pelo IBRAM, em Brasília, que ainda contou com a presença de representantes diplomáticos de Canadá, Colômbia e Bolívia e de um gestor do Serviço Geológico do Brasil. Jungmann considerou muito interessantes os relatos sobre as políticas públicas daqueles países para desenvolverem suas nações com estímulos à expansão da produção de minerais críticos e estratégicos. O dirigente do IBRAM disse que “esses países expressaram a importância e a visão estratégica que têm em relação à mineração. Por que no Brasil a gente não vive isso?”, questionou.
Raul Jungmann defende projeto político para a mineração no Brasil
Após o relato dos representantes diplomáticos (leia mais clicando aqui), Raul Jungmann disse que o Estado brasileiro poderia dar mais atenção ao desenvolvimento do setor mineral. Ressaltou que os minerais críticos e estratégicos oferecem um ‘passaporte para o futuro’ porque o país pode ser um dos líderes globais na sua produção e há demanda crescente por eles. “Termos segurança mineral reflete diretamente na soberania nacional. Proporciona meios para a transição energética e para a segurança alimentar (por meio dos minérios de fertilizantes), entre os muitos benefícios que assegura”, disse.
Para Jungmann, além do Estado, o próprio setor mineral tem que agir para superar desafios, como a falta de mapeamento geológico do território, entre outros, para expandir suas atividades. “O setor mineral precisa ter um projeto político; o que vai resolver os problemas do setor passa pela política, como só se vai resolver a questão climática por meio da política. Sem política não há jogo! Por projeto político quero dizer: é saber qual é o rumo, o que o setor busca e aonde quer chegar. E desenvolver este instrumento é o papel do IBRAM, enquanto representante da indústria da mineração”, afirmou.
Ele acrescentou que o setor tem se manifestado com maior ênfase e tem endereçado publicamente seu posicionamento em várias questões, como a defesa da Amazônia e dos povos originários; contra o garimpo e o mercado ilegais de ouro; a favor de mais segurança nas barragens de mineração. “Essa manifestação é um ato para construir o mundo. Mas não basta isso. É preciso que o setor tenha articulação política, saber sair do isolacionismo, ter comunicação com a sociedade e devemos nos manifestar sobre o Brasil que nós queremos, que precisa ter um projeto político mineral, por assim dizer. Nós, do IBRAM, temos que fazê-lo”, disse.
O seminário contou com o patrocínio da Vale Metais Básicos (ouro); CBMM (Painel); Hazemag (Painel); Metso (Painel).
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