Ibram descarta risco de fechamento de operações no Brasil
13/07/20
O Brasil tem capacidade para atender à crescente demanda por minério de ferro e, atualmente, não há risco de fechamento de minas devido à pandemia da Covid-19. É o que afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Flávio Penido.
O segundo maior exportador de ingredientes siderúrgicos do mundo atualmente está atrás apenas dos EUA no número de infecções pelo coronavírus e já ultrapassou 69 mil mortes.
Durante a pandemia, a maior parte da atividade minerária do país foi mantida. Com a crescente demanda da China, os embarques da Vale aumentaram em comparação com o início do ano.
“Temos uma capacidade de produção que está sendo restaurada e permite atender à demanda”, disse Penido ao Mining.com.
“As empresas no Brasil adotaram medidas estritas para reduzir infecções, implementando o uso de máscaras, reduzindo o número de trabalhadores no local, limpando instalações e testando 100% dos trabalhadores”, disse ele.
Algumas operações como a construção do projeto de zinco Aripuanã, que a Nexa desenvolve no Mato Grosso, e o complexo de minério de ferro da Vale em Itabira (MG) chegaram a ter as atividades suspensas por determinação da Justiça, mas voltaram a funcionar após adoção de medidas para conter a propagação de Covid-19 entre os trabalhadores.
Penido disse que uma segunda onda de Covid-19 ainda pode prejudicar a demanda, especialmente se ocorrer na China. As exportações brasileiras também foram beneficiadas pela desvalorização do real em 2020.
“Não sabemos por quanto tempo essa taxa de câmbio permanecerá. Temos que ser cautelosos. Como o Brasil vai estar depois da pandemia ainda é incerto “, afirmou Penido.
A produção anual de minério de ferro do Brasil caiu de 450 milhões de toneladas em 2018 para 410 milhões de toneladas em 2019, impactada pelo desastre na barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho (MG), que matou 270 pessoas em janeiro do ano passado.
As exportações de minério de ferro e concentrados do país atingiram US$ 9,4 bilhões no primeiro semestre de 2020, uma queda de 3,7% na comparação anual.
Antes da pandemia, o Ibram estimava uma produção de 450 milhões de toneladas em 2020. Agora, a entidade prevê uma produção entre 400 milhões e 420 milhões de toneladas.
Força do aço
As fortes preocupações com oferta e futuros de aço levaram a um aumento do minério de ferro nesta semana, com o índice brasileiro de 65% Fe subindo 0,2%, para US$ 118,50 a tonelada na quinta-feira.
“Houve uma recuperação de preços e o setor de construção da China está puxando a demanda. Temos que lembrar que, depois de Brumadinho, a Vale retirou 90 milhões de toneladas do mercado, o que aumentou o preço”, observou Penido.
“Esse volume está voltando e levará os preços abaixo de US$ 100. Deve haver uma acomodação do preço em 2021 e a partir de 2022 a tendência é de baixa.”
O Ibram está realizando um evento virtual na próxima semana com rodadas de negócios e palestras técnicas como parte de sua estratégia para promover o setor de mineração brasileiro durante a pandemia.
O e-mineração será realizado nos dias 15 e 16 e é patrocinado pela AngloGold Ashanti e Kinross. Com informações do Mining.com.
Fonte: Notícias de Mineração Brasil / Mining.com