Hidrovia Brasil-Uruguai pode beneficiar o setor de mineração e fertilizantes
18/12/14
Terminas da Hidrovia Brasil-Uruguai poderão movimentar clínquer, fertilizantes e até minério de ferro a partir de 2015. Pelo menos 8% do volume movimentado na hidrovia estará associado ao segmento mineral, segundo estudos de viabilidade.O Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA) da Hidrovia Brasil-Uruguai foi o primeiro passo para esse sistema logístico entre os países. Em 2010, Brasil e Uruguai assinaram um acordo para o transporte fluvial internacional de carga e de passageiros. O PAC-2 prevê investimentos para a implantação da hidrovia nos próximos 5 anos. A hidrovia faz parte de um Corredor Multimodal de 2,2 mil quilômetros que ligará Montevidéu a São Paulo.O EVTEA da Hidrovia Brasil-Uruguai estimou cargas passíveis de migrarem para a Hidrovia e prospectou uma demanda reprimida de cargas do nordeste uruguaio. Em todos os terminais poderão vir a movimentar, contêineres, fertilizantes, madeira, arroz, milho, soja, cevada e trigo. Ainda há em desenvolvimento no Uruguai a implantação de industrias cimenteiras que poderão enviar por hidrovia clínquer e cimento para consumo no Brasil.A previsão anual do fluxo de carga incremental em todo trecho para 2015 é de 1,8 milhão de toneladas, incluindo 33,5 mil toneladas de fertilizantes e 100 mil toneladas de clínquer. A maior movimentação deve ser de contêineres, 620 mil toneladas, e arroz, 463 mil toneladas.Para 2025 a previsão de fluxo é de 4,2 milhões de toneladas, incluindo 84 mil toneladas de fertilizantes e 148 mil toneladas de clínquer. Em 2035, a previsão de fluxo é de 7,8 milhões de toneladas. Sendo 158 mil toneladas de fertilizantes e 219 mil toneladas de clínquer.O engenheiro Pedro Araújo Zimmer, da Administração das Hidrovias do Sul (AHSUL), do DNIT, disse que o volume de carga será tão alto que a previsão é que o retorno financeiro dos investimentos ocorra em até quatro anos. ?E nós fizemos uma estimativa de carga mais temerária, não excelente?, disse Zimmer.Os volumes considerados no estudo correspondem a 30%, 60% e 90% da carga que pode migrar para o modal hidroviário. Segundo a AHSUL, pode ocorrer que os volumes sejam alcançados antes dos prazo previstos bem como o surgimento de novas cargas como minério de ferro que encontra-se em estudo a sua extração e exportação pelo Uruguai o qual poderá ser movimentado pela hidrovia dos terminais uruguaios com destino ao porto de Rio Grande.O engenheiro disse que a cidade de Montenegro (RS), por exemplo, terá um dos portos da Hidrovia Brasil-Uruguai. O terminal ficará no Rio Caí, na localidade de Porto Garibaldi, às margens da BR 386. Do total previsto de R$ 300 milhões a serem investidos em todo o projeto pelo lado brasileiro, R$ 58 milhões serão somente para a construção da estrutura em Montenegro, incluindo a elevação da ponte férrea sobre o Rio Caí. O terminal dessa cidade poderá movimentar 485 mil toneladas em 2015.Segundo Pedro Zimmer, em território brasileiro a hidrovia vai ligar o extremo sul da Lagoa Mirim, em Santa Vitória do Palmar; e os portos do Uruguai, até o norte do Rio Grande do Sul, em Estrela, pelo Rio Taquari, e Cachoeira do Sul, pelo Rio Jacuí.O engenheiro falou que a implantação do projeto será gradativa. ?Cabe ao Ministério dos Transportes fazer a via, ou seja, dragar os rios e sinalizar, e os terminais serão implantados pela iniciativa privada?.O tempo para implantação depende da iniciativa privada. ?O que leva maior tempo são os terminais, por conta do licenciamento ambiental. A dragagem, que é a parte da União, é rápida de fazer?. Por último, Zimmer disse que os módulos dos terminais podem ser construídos em até seis meses.Clique aqui e acesse a matéria.
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