10/07/07

Mato Grosso continua despertando o interesse de investidores em diversos setores, em especial o de biocombustíveis. A Brenco ? Companhia Brasileira de Energia Renovável ? presidida pelo empresário Henri Philippe Reichstul, anunciou a instalação da primeira planta de biodiesel do grupo em Mato Grosso nesta segunda-feira (09.07), com o governador Blairo Maggi e o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan. A Brenco está em operação há pouco mais de três meses e reúne investidores nacionais e do exterior e, conforme destacou Reichstul, a empresa quer, até 2009, instalar dez plantas de biodiesel produzido a partir da cana-de-açúcar em todo o País, e tornar-se uma das maiores empresas produtora de etanol no mundo em larga escala e com baixo custo de produção. Para alcançar essa meta, a Brenco estima investir aproximadamente US$ 2,2 bilhões nas plantas, que juntas terão capacidade de processamento de 44 milhões de toneladas de cana e produção de 3,7 bilhões de litros de álcool por ano. A produção da Brenco será direcionada ao Brasil e ao exterior, contribuindo para o desenvolvimento de um mercado global de etanol. Reichstul apontou a capacidade de produção, o clima e o solo mato-grossenses como alguns dos fatores que atraíram a Brenco ao estado. ?Estamos iniciando os primeiros projetos e, até 2009, queremos estar com a planta de Alto Taquari em pleno funcionamento, projeto que iremos conduzir de maneira sustentável, observando critérios rígidos de queima da cana, de colheita e de administração?, observou o presidente da Brenco. Segundo ele, a colheita será totalmente mecanizada e a usina deverá gerar em torno de 2 mil empregos diretos. O governador Blairo Maggi enfatizou que Mato Grosso está saindo de um período de intensa atividade primária e buscando solidificar seu desenvolvimento nas atividades secundárias, de agroindustrialização. ?Para isso, buscamos caminhos e mecanismos para que as empresas possam se desenvolver e trabalhar dentro de um conceito que agregue desenvolvimento e equilíbrio social. Acredito que o mercado de biodiesel tem todas as vantagens de ser trabalhado de forma sustentável. É um mercado em franca expansão e tem tudo para crescer substancialmente em Mato Grosso com o franco apoio do Governo do Estado?, afirmou Maggi, ao destacar que a visão sócio-ambiental estabelecida como política de Governo contribui de forma decisiva em todo o processo de atração de investimentos. BRENCO O grupo formado por investidores nacionais e estrangeiros reúne empresários como o indiano Vinod Khosla, Stephen Case, um dos fundadores da AOL; Ronald Burkle, Stephen Bing e James Wolfensohn, ex-presidente do Banco Mundial. O Grupo Semco e o Tarpon All Equities, um fundo de investimentos administrado pela Tarpon Investimentos, também são grandes acionistas. Rogério Manso é o vice-presidente executivo de logística e comercialização. Ainda observando o crescimento do mercado de biodiesel mundialmente, Reichstul aponta que diferentemente da maioria das usinas em atuação no Brasil, a Brenco vai se dedicar exclusivamente à produção de álcool. “O grupo decidiu correr esse risco e não terá negócios com açúcar. Mas todos os projetos estão baseados no fechamento de contratos para fornecimento de longo prazo de grandes volumes de etanol, principalmente para grupos estrangeiros”, acrescentou. A Brenco já fez investimentos em terras e iniciou o plantio de cana em três municípios, das quatro primeiras plantas iniciais. Em Mineiros e Perolândia, em Goiás, e em Alto Taquari (MT) já estão sendo plantadas a cana-de-açúcar para garantir oferta de matéria-prima quando as unidades entrarem em operação. MERCADO EM EXPANSÃO Mercado que está apresentando crescimento substancial em todo o País, a produção de biodiesel é uma das melhores alternativas sustentáveis de abastecimento e energia. E Mato Grosso é apontado como uma dos maiores e promissores mercados nesse sentido, uma vez que o solo, o clima e a produtividade alcançada em safras são alguns dos fatores que despertam a atenção de investidores. Um dos números que confirmam essa expansão está no cadastro de projetos no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic) da Secretaria de Indústria, Minas, Energia e Mineração. Atualmente são 20 plantas de biodiesel, sendo nove em negociação, oito em instalação e três em funcionamento. Essas empresas poderão utilizar como matéria-prima a soja, o algodão o girassol e a mamona que são produzidas no Estado, além da cana-de-açúcar. Das plantas já autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em Mato Grosso, sendo que uma delas em pleno funcionamento, a Barralcool, a previsão é de que possam produzir, aproximadamente, 836 milhões de litros do combustível, oriundos principalmente de óleos vegetais. Desses 14 projetos, o primeiro já concretizado foi a usina Barralcool, que produzirá 166,7 m3/ dia, está operando inicialmente com grão do soja e, posteriormente, com outras oleaginosas, como pinhão manso e girassol, também fornecidos por pequenos agricultores.

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