Governo e empresas debatem aspectos técnicos e econômicos no aproveitamento dos rejeitos da mineração
01/12/20
Durante o webinar “Sustentabilidade no uso dos rejeitos da mineração: economia, regulação e aproveitamento”, organizado pelo IBRAM – Mineração do Brasil, nesta terça-feira, (1º/12), foram debatidos os aspectos técnicos e econômicos do aproveitamento dos resíduos, estéreis e rejeitos na mineração. O 2º painel, intitulado. ‘Aproveitamento dos resíduos, estéreis e rejeitos: aspectos técnicos e econômicos’, reuniu representantes da Academia, de empresas do setor e do governo federal.
O diretor-presidente do IBRAM – Mineração do Brasil e moderador do 2º painel, Flávio Ottoni Penido, ressaltou os avanços nos processos de utilização de resíduos de mineração em diversos setores da economia. “Estamos muito voltados aos rejeitos de minério de ferro, mas não podemos nos esquecer que são diversas substâncias minerárias, que podem ser reutilizadas. Há um avanço bastante grande nesse sentido em vários segmentos do setor mineral”, disse.
A íntegra deste webinar estará disponível no Youtube – www.youtube.com/PortaldaMineracaoBrasil
“O conceito de reutilizar que aplicamos no DNIT se amplia de forma muito significativa em função do volume de rejeitos da mineração. Para mim, a grande palavra aqui é oportunidade”, disse o Diretor de Planejamento e Pesquisa, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Guilherme Mello.
Segundo o diretor de Projetos da Mosaic Fertilizantes, Camilo Silva, “nossa preocupação é sempre dar um uso para qualquer um dos resíduos que possam ser gerados nas nossas atividades produtivas. Trabalhar dessa forma é estar ligado às políticas de sustentabilidade. Precisamos ter o foco em minimizar a geração de resíduos. A empresa continuará buscando soluções e alterando, se for necessário, processos produtivos para minimizar a geração de resíduos e contribuindo com algum produto que possa ser utilizado pela sociedade de uma maneira geral”.
O tema também foi discutido pelo professor associado da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Sergio Soncim, e pelo gerente de Novos Negócios da Vale, André Vilhena.
O professor da UNIFEI reforçou aspectos importantes para o desenvolvimento de projetos de reaproveitamento de rejeitos. “Tudo tem que partir da pesquisa. É muito importante sob o ponto de vista de confirmação das propriedades físicas, mecânicas e químicas dos materiais para que eles possam ser utilizados. Mas, para avançar do âmbito das pesquisas e da aplicabilidade no mercado é necessária a normatização desses materiais. É importante a participação dos órgãos governamentais no sentido de se promover a regulação em termos de classificação e normatização dos materiais, disse.”
Um grande desafio apontado pelos palestrantes é a logística. Mello lembra que “temos obras em todas as regiões, mas casar o local onde os rejeitos se encontram com os locais onde as obras são realizadas é realmente um desafio. É necessário avaliar a viabilização econômica”.
Do ponto de vista das empresas, Vilhena, da Vale, afirmou que “os custos logísticos são grande parte da cadeia de comercialização do produto”. Segundo ele, a plataforma logística de ferrovia da Vale dá um alcance um pouco maior que um transporte rodoviário, por caminhões. Isso traz um benefício, mas, ainda assim, há um grau limitado ao se considerar a extensão territorial do país. “Com nossas operações concentradas em Minas Gerais, ter acesso a mercados muitos distantes torna um desafio levar o material até esses locais”, disse.
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