26/03/09

Estado lança levantamento do seu potencial mineral para atrair mais empresas do setor. Estudo detalha jazidas com precisão

Lúcia Monteiro
Goiás passou a oferecer mais uma fonte de informações detalhadas sobre seu solo e subsolo para incentivar investimentos de empresas do setor mineral em seu território. A Superintendência de Geologia e Mineração da Secretaria da Indústria e Comércio do Estado (SIC), numa parceria com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), vinculado ao Ministério das Minas e Energia, lançou ontem o Mapa Geológico de Goiás e do Distrito Federal, que será a base do entendimento sobre a geologia e o potencial mineral desses territórios.
Feito na escala 1:500.000, o mapa é um dos mais detalhados estudos geológicos feitos por um Estado brasileiro, que exigiu R$ 20 milhões em investimentos e várias outras fontes. Ele permite conhecer com precisão o solo e subsolo goianos por meio de uma cartografia geológica com as mais recentes e avançadas informações para avaliação do potencial mineral, gestão ambiental e desenvolvimento sustentável.
As informações serão disponibilizadas gratuitamente para os interessados. Para o secretário-adjunto de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério das Minas e Energia, Carlos Nogueira, Goiás sai na frente num momento de escassez mundial de recursos e desconfiança de investidores, quando o capital é muito disputado. Segundo ele, Goiás ainda tem a vantagem de ter uma ampla diversidade mineral e uma maior capilaridade para atração de investimentos, como fosfato, níquel, cobre, ouro e calcário. ?Goiás sempre foi pró-ativo e deu mais um passo na permanente atualização de seu dados para atração de investimentos.?
PesquisasO secretário da Indústria e Comércio, Luiz de Medeiros, comparou o mapa a uma cartilha para o setor mineral, fruto de amplas pesquisas do Estado para atrair investimentos de empresas na exploração de novas jazidas, beneficiando toda população. Ele lembrou que o Estado tem grandes jazidas de ouro, cobre e níquel e um grande potencial na área de fertilizantes, abriga mais de 20 grandes grupos e já conta com mais de 100 projetos de pequenas e médias empresas. ?Dentro de até 90 dias, anunciaremos um grande investimento da mineração, que ajudará a desenvolver cinco municípios das regiões Norte e Nordeste do Estado?.
Para o superintendente de Geologia e Mineração da SIC, Luiz Fernando Magalhães, o mapa é resultado de uma política pública do Estado para o setor mineral, a principal ferramenta de gestão de recursos minerais e imprescindível para qualquer intervenção humana no meio físico, que beneficiará vários setores.
O vice-governador Ademir Menezes lembrou que Goiás é o terceiro Estado em produção mineral, líder no segmento de amianto, níquel, vermiculita e cobalto. Segundo ele, com investimentos em tecnologia, compilação de dados e informações, o Estado poderá dar um grande salto na retomada do crescimento pós-crise, quando o mundo retomará investimentos que dependem de insumos minerais.
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Paulo Camilo Vargas Penna, Goiás dá um exemplo para outros Estados mineradores ao reinvestir recursos do próprio setor para estimular a atividade. ?O Brasil tem um levantamento geológico tímido frente ao seu potencial. Mais de 90% da atividade mineral é fruto de levantamentos e descobertas feitas antes dos anos 70?, agirma Paulo Vargas.

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