Globe Metais começa plantio de 100 mil mudas de Eucalipto em fazenda
29/02/08
Cem mil mudas de eucaliptos plantadas em menos de dois meses. Este é o objetivo da Globe Metais Indústria e Comércio S.A, empresa produtora de silício metálico. A atividade acontecerá em Breu Branco (PA) na fazenda Reflorestamento Água Azul II (RAA II) – área a ser beneficiada com o plantio. O projeto é parte do plano de recuperação da RAA II que nos últimos cinco anos foi alvo de dez invasões pelo movimento dos `sem-tora`. `As atividades de manejo florestal sustentável e reflorestamento com eucaliptos estavam paralisadas na fazenda. Ao término da última invasão, que ocorreu no segundo semestre do ano passado, os estragos provocados por desmatamento e queimadas ilegais somaram mais de 600 hectares`, revela Bruno Parreiras, Diretor superintendente da Globe. A retomada das atividades de reflorestamento é uma das prioridades da empresa em 2008. De acordo com o gerente florestal da Globe, Alonso Costa Rosa, o plantio das mudas começará de imediato. Apesar disso, o Gerente lembra que a recuperação total da floresta é demorada. `Nossa previsão de recomposição da fazenda é para 2009. Mas para que tudo volte a ser como antes, levará pelo menos 50 anos, já que floresta nativa foi destruída pelos invasores`, relata Alonso, acrescentando que, juntamente com esta área, também foi perdida boa parte do plano de manejo florestal da empresa. `Há locais que ainda não podem ser reflorestados porque estão ocupados por toras de madeira e lenhas e galhos oriundos do corte raso`, diz o Gerente. Segundo Bruno Parreiras, a empresa pretende comercializar as árvores derrubadas e utilizar as demais madeiras para a produção de carvão vegetal, utilizado no processo de produção da empresa. `Já entramos com pedido na Secretaria de Meio Ambiente para podermos desenvolver estas atividades. Atualmente existem cerca de 10 mil metros cúbicos de madeira derrubada na RAA II. Toras derrubadas clandestinamente, mas que não puderam ser removidas pelos invasores devido a operação Ouro Verde, desencadeada pelas polícias Civil e Militar durante a invasão`, diz. O objetivo, de acordo com o Diretor, é usar os recursos arrecadados pela venda das toras no reflorestamento da área. `É uma atividade que gera emprego e renda para as comunidades que existem no entorno da fazenda. Atualmente existem 60 trabalhadores envolvidos nas atividades da RAA II, número este que pode aumentar para 300 no decorrer do ano. Pessoas que moram na cidade de Breu-Branco e nas comunidades ao redor da fazenda`, completa Bruno. Retrospectiva Durante a invasão, que iniciou no final de agosto e se estendeu até o início de dezembro, a Globe Metais realizou diversas tentativas de retornar às atividades na Água Azul II. Uma delas aconteceu em 20 de novembro, quando mais de 200 trabalhadores, acompanhados de equipes de segurança e da Polícia Civil, foram à fazenda e realizaram um manifesto. Entretanto, ao chegarem no local, todos os trabalhadores foram impedidos pelos invasores de entrar na fazenda e continuar seus trabalhos. A saída dos invasores foi acertada em reunião na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Marabá. Na ocasião, participaram ouvidores agrários, a Globe Metais; e representantes dos ocupantes. Sobre a Globe Metais As áreas de reflorestamento Água Azul I (RAA I) e Água Azul II (RAA II) são importantes para a sustentabilidade do suprimento de matéria-prima vegetal para a fabricação do silício metálico em Breu Branco. Elas abastecem a fábrica com carvão vegetal e lenha para cavacos de madeira, que são fontes de carbono para a reação de redução do quartzo, que acontece nos fornos elétricos para obtenção do silício metálico. A RAA I possui aproximadamente 34 mil hectares e a RAA II 11 mil, totalizando 45 mil hectares. Os projetos de manejo são executados em 80% dessas áreas. Na RAA I, o plantio de eucaliptos já está bem avançado, em 6 mil hectares, próximos dos 20% da área permitida. A Globe depende das áreas ainda disponíveis na RAA II para ampliação da área plantada, e assim atingir 100% de capacidade de atendimento da fábrica com carvão e cavacos provenientes do eucalipto. Até lá, além de eucaliptos, a empresa utiliza galhadas e resíduos de serrarias provenientes dos projetos de manejo florestal. A sustentabilidade é fundamental para assegurar que a operação da fábrica não traga danos ao meio ambiente e que a fonte de matéria-prima não irá se exaurir. Assim, depende da madeira a continuidade do negócio como um todo, ou seja, as atividades da fazenda, a operação da fábrica, a geração de emprego e renda. (Fonte: Carta Mineral do Ibram)
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