Gerdau reforça interesse pela siderúrgica argentina Bragado
08/11/06
SÃO PAULO (Reuters) – A Gerdau tem interesse em fazer uma oferta de compra da siderúrgica argentina Aceros Bragado se a companhia for colocada à venda, afirmou nesta terça-feira o vice-presidente financeiro do grupo brasileiro, Osvaldo Schirmer.
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“Por muito tempo o grupo não manifestava interesse público de vender, mas eles sabem que estamos na Argentina para ficar e para crescer e, se eventualmente decidirem vender, nós estamos interessados”, afirmou o executivo sem dar mais detalhes.
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A Aceros Bragado é importante rival local da Acindar, comprada pelo grupo Belgo-Mineira, unidade da Arcelor Brasil .
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O executivo negou rumores de que a Gerdau esteja negociando aquisição da siderúrgica mexicana Sicartsa, do grupo Villacero. “Estamos atentos às oportunidades do mercado, mas nós não estamos em negociação com a Sicartsa”, disse Schirmer, acrescentando que a empresa considera o México como um mercado “muito importante” pela posição geográfica e pelo volume de consumo.
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A Gerdau também avalia a possibilidade de participar de leilão da colombiana Paz Delrio, esperado para acontecer ainda este ano. “Por dever de ofício temos olhado, temos analisado, mas ainda não decidimos se vamos fazer de fato uma oferta se o leilão ocorrer”. Nos nove primeiros meses do ano, a Gerdau comprou sete empresas nos EUA, Europa e América do Sul, que consumiram investimentos de 697,5 milhões de dólares.
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A Gerdau fechou o terceiro trimestre com alta de 8,6 por cento no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionada pela consolidação dos ativos comprados nos EUA e na América do Sul, entre os quais a Siderperú.
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Sobre a siderúrgica peruana, comprada pela Gerdau em junho, por 60,6 milhões de dólares, Schirmer informou que o grupo brasileiro pode fazer mais investimentos que o compromisso de injeção de 100 milhões de dólares nos próximos cinco anos.
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“Estudos mais detalhados e específicos talvez nos remetam a números superiores a esses 100 (milhões)”, afirmou o executivo. “Sem dúvida, vão ser necessários investimentos para deixá-la mais com a cara de uma empresa Gerdau”, completou, sem estimar o volume total de recursos que serão aplicados.
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Segundo Schirmer, a Gerdau tem planos de investir 3 bilhões de dólares nos próximos três anos em expansão e atualização de usinas. Em 2007, serão cerca 1 bilhão de dólares, seguidos por 1,1 bilhão em 2008 e 900 milhões de dólares em 2009. Desses 3 bilhões de dólares, o Brasil deve consumir 2 bilhões de dólares, disse o executivo. O restante será para as empresas do grupo no exterior.
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MINÉRIO DE FERRO
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O executivo evitou fazer projeções sobre os preços do minério de ferro para 2007, afirmando que é muito cedo para uma estimativa.
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A Gerdau continua com estratégia de não se dedicar a investir fortemente no setor de mineração, diferente de rivais como a Companhia Siderúrgica Nacional, que possui importante operação de minério de ferro.
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“Não contemplamos nos nossos planos de investimento de longo prazo entrar no setor de mineração para produzir e vender para terceiros”, disse Schirmer, acrescentando que a Gerdau tem 750 milhões de toneladas de reservas de minério de ferro compradas, dos quais 250 milhões de toneladas são comprovadas.
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“Ao longo dos próximos quatro ou cinco anos, nós deveremos ter um nível de autosuficiência de 30, 40, eventualmente 50 por cento com nossas próprias minas”, estimou.
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A Gerdau trabalha com expansão do Produto Interno Bruto brasileiro de cerca de 3,5 por cento em 2007 e de crescimento de 5,5 por cento do setor siderúrgico, com manutenção dos preços, disse Schirmer.
Reuters