Fusão cria maior grupo mundial de alumínio
10/10/06
As siderúrgicas russas Rusal e Sual Group, juntamente com a suíça Glencore, anunciaram ontem uma fusão que cria a maior produtora de alumínio do mundo. A nova companhia – que se chamará United Company Rusal – concentrará 12% da produção global de alumínio e pretende produzir mais de 5 milhões de toneladas por ano até 2009-2010.
Representantes da empresa estimam que o valor do grupo combinado deve oscilar entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões, com receita próxima de US$ 10 bilhões ao ano. Os ativos da nova companhia vão incluir fundições e refinarias em toda a Rússia, bem como instalações na China, Guiana, Austrália, Irlanda, Jamaica, Itália e Suécia.
A empresa também tem planos de organizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), possivelmente em Londres, dentro de 18 meses. `Criamos um grupo realmente grande, uma instituição que tem potencial para ser o carro-chefe do setor de mineração na Rússia`, afirmou em coletiva de imprensa o presidente-executivo da Sual, Brian Gilbertson, ao anunciar o acordo.
A United Company Rusal será controlada pelo magnata Oleg Deripaska, dono da Rusal – a maior das três empresas envolvidas no acordo, com receita de US$ 6,6 bilhões em 2005. A Rusal terá participação de 66% no grupo combinado, enquanto Viktor Vekselberg, da Sual, ficará com 22% e a Glencore terá 12%.
O presidente da Rusal, Alexander Bulygin, afirmou que as sinergias criadas pela fusão vão resultar em grandes economias. `O efeito das sinergias será de US$ 3 bilhões nos próximos cinco anos`, disse. Para garantir a expansão do novo gigante, os sócios prevêem investimentos de até US$ 3,5 bilhões anuais durante os próximos cinco anos. Segundo especialistas, a união entre Rusal e Sual convém a ambas as empresas, porque a primeira atualmente tem um abastecimento de matéria-prima de apenas 70%, enquanto a segunda tem excesso de matéria-prima e escassez de centrais de processamento. As três empresas esperam ter completado o acordo em 1º de abril de 2007. O HSBC foi o consultor da Rusal nas negociações com a Glencore. O JP Morgan Cazenove e o UBS atuaram como consultores da Sual sobre a possibilidade de IPO em Londres – o que era considerado se a fusão não seguisse adiante.
O Estado de São Paulo