08/10/12

Se antigamente os profissionais que moram no interior tinham que sair de casa rumo aos principais polos e grandes cidades para conseguir uma oportunidade de trabalho, hoje, a realidade mudou. Várias empresas estão investindo e apostando em mão de obra local visando valorizar e qualificar trabalhadores, além de gerar desenvolvimento para as cidades onde estão instaladas. É o caso da MMX, mineradora do grupo EBX.
“Para a MMX, o benefício é ter profissionais mais motivados, que não se desgastam indo de uma cidade para outra para trabalhar. Claro que a empresa tem uma redução de custos com o aproveitamento de mão de obra local, mas esse não é o foco principal. O objetivo é promover capacitação e formar profissionais qualificados para ocupar tanto as vagas da empresa, quanto as de outros setores da região que tem crescimento e melhoria na economia”, diz Juliana Cota, gerente geral de Desenvolvimento Sustentável da MMX.
Segundo ela, a iniciativa tem gerado empregos e qualificado pessoas na unidade Serra Azul, com atividades em Igarapé, São Joaquim de Bicas e Brumadinho.
“Trabalho na parte administrativa da área de geotecnia da MMX. Estou muito satisfeita com o trabalho, pois aprendo bastante, tenho oportunidade de enfrentar desafios diários e de ter crescimento profissional. Para mim, um diferencial é que a MMX está bem pertinho da minha casa, em Igarapé. Eu gasto apenas 15 minutos para chegar ao escritório”, conta a funcionária Elizete Gomes, 25.
Qualificação. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a empresa tem desenvolvido um programa de qualificação profissional que está em sua quarta etapa e prevê gerar mais de 5.500 empregos diretos.
Alternativas. Além de investir em cursos de capacita-ção e profissionalizantes, algumas empresas também apostam em promoções e reaproveitamento do capital humano interno para valorização de mão de obra.
Ana Luiza Silva, por exemplo, que trabalha com suporte fiscal, conseguiu uma promoção na empresa na qual trabalha. “Sempre vesti a camisa da empresa e essa promoção foi motivadora. Um reconhecimento que nos faz ter mais prazer ainda em trabalhar”, comemora ela.
Incentivo à capacitação técnica profissional
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada este ano, a taxa de desemprego atingiu 6,7% – a mínima histórica entre 2009 e 2011. Outro avanço no mercado de trabalho foi a formalização do emprego, na qual o número de pessoas ocupadas com carteira assinada no setor privado subiu 11,8%, o equivalente a 3,6 milhões de novos empregos formais.
Apoio. Visando capacitar e qualificar mão de obra e tendo como o objetivo de criar condições para que a indústria brasileira supere as barreiras para implementar novas tecnologias, o governo federal decidiu investir no Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Apresentado no primeiro semestre deste ano, o programa vem investindo em criação e modernização de escolas, centros móveis e institutos de ensino, tem gerado desenvolvimento e tem contribuído para obtenção de empregos.

O Tempo