Exportações baianas crescem 27,2% com aumento de preços
08/07/08
Vendas externas do estado totalizaram US$4,3 bilhões no semestre, enquanto as importações somaram US$3,3 bi
Adriana Patrocínio
As exportações baianas fecharam o primeiro semestre com um volume de US$4,3 bilhões, superando em 27,2% os primeiros seis meses de 2007 (US$3,38 bilhões). O estado mantém a liderança no Nordeste, respondendo por 59,3% do volume de toda a região. No total do país, a Bahia detém a fatia de 4,7%. As importações, estimuladas principalmente pelo dólar em baixa, registraram um incremento ainda maior, de 31,2%, somando US$3,3 bilhões. Com o resultado, o estado produziu um superávit comercial de US$1 bilhão no período, 15,5% acima do alcançado entre janeiro e junho do ano passado.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), divulgados ontem pelo Centro Internacional de Negócios da Bahia (Promo), as vendas externas do estado no primeiro semestre foram lideradas pelo setor de petróleo e derivados, com US$772,6 milhões e incremento de 118% em receitas. Na segunda posição ficou papel e celulose, com US$521,2 milhões e crescimento de 64,1%. Também tiveram destaque as commodities agrícolas, principalmente a soja (com o início dos embarques da safra atual), além do algodão, café, cacau, fumo e frutas. Automóvel e fios de cobre foram alguns dos poucos segmentos que tiveram queda, de 7,71% e 27,75%, respectivamente.
O diretor superintendente do Promo, Ricardo Saback, diz que o principal responsável pelo aumento das exportações e importações baianas foi a elevação dos preços dos produtos. Para as exportações, esse efeito foi determinante para seu crescimento, aumentando 21%, quatro vezes mais do que a variação da quantidade embarcada. Já nas importações, a alta dos preços do petróleo, fertilizantes e minérios, impulsionaram as compras, que chegaram, em média, a 18%, acima também do incremento da quantidade física embarcada, que cresceu 11% no semestre. Saback considera que o crescimento das importações acontece num contexto de desvalorização acentuada do dólar, aumento da atividade produtiva e dos preços externos do petróleo e seu derivados.
Destino – No primeiro semestre, o principal mercado para os produtos baianos no exterior continuou sendo a União Européia, com 29% de participação e expansão de 72% no período. Individualmente, foram os Estados Unidos, com 21% de participação e crescimento de 28%. Em seguida vieram Países Baixos, Argentina, China e Alemanha. Já as importações foram lideradas pelos combustíveis e lubrificantes (nafta, petróleo e óleo diesel), cuja alta de preços proporcionou um volume de importações da ordem de US$620,8 milhões e elevação de 57,8%. Na lista também estão minério de cobre, automóveis, cacau em grão, trigo, insumos para a indústria química e petroquímica, fertilizantes e partes, peças e componentes para a indústria de informática.
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Principais exportadores
Empresa Ramo Valor exportado ParticipaçãoPetrobras Petróleo US$952,6 milhões 22,17%Caraíba Metais Metalurgia US$538,5 milhões 12,53%Braskem Petroquímica US$405,7 milhões 9,44%Suzano Bahia Sul Papel e Celulose US$390,7 milhões 9,09%Ford Automóveis US$313,7 milhões 7,30%Veracel Papel e Celulose US$198,4 milhões 4,62%Continental Pneus US$76,8 milhões 1,79%ADM do Brasil Alimentos US$72,5 milhões 1,69%Rio Doce Manganês Mineração US$65,4 milhões 1,52%Bunge Alimentos US$63,2 milhões 1,47%
Correio da Bahia